O Estado Islâmico (EI) recrutou 400 crianças neste ano, mais que o dobro da quantidade de adultos (120), para se tornarem combatentes do grupo, segundo levantamento do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Crianças a partir de 5 anos são levadas para o grupo extremista, que as utilizam em funções de combate e espionagem ou como “armas de propaganda”.
Segundo um relatório do Escritório do Alto Comissariado dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado em novembro de 2014, o EI “prioriza o recrutamento de meninos-soldados, a fim de assegurar uma relação de lealdade em longo prazo, aceitação da ideologia do grupo e a formação de combatentes devotos, que compreendem a violência como um estilo de vida”.
A estratégia ficou mais evidente com a divulgação de vídeos que mostram crianças aparentemente executando prisioneiros e treinando com armas quase tão grandes quanto elas. O EI faz com que elas vejam execuções de prisioneiros, aprendam a manusear armas de fogo e estudem táticas de guerra, além de submetê-las aos ensinamentos religiosos de cunho extremista. Testemunhas disseram à ONU que em Al Raqqa, cidade síria considerada capital do EI, há campos de treinamentos para crianças de 5 a 16 anos.
Cidade libertada
O exército iraquiano libertou ontem a cidade de Tikrit, capital da província de Saladino, no norte do país, que estava dominada pelo EI, disse o primeiro-ministro do Iraque, Haidar al Abadi. As forças iraquianas lutam desde junho do ano passado contra o EI. O grupo extremista tenta ampliar o califado que declarou nos territórios controlados no norte do Iraque e em parte da Síria. Tikrit tem um forte componente simbólico, já que o ex-ditador Saddam Hussein nasceu na região.