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COP-17

Estados Unidos admitem apoio a acordo climático

“Noivo” representando a União Europeia beija a “noiva” Kyoto em um casamento falso feito por manifestantes para pedir o compromisso europeu com as questões climáticas | Ally Carnwath/AFP
“Noivo” representando a União Europeia beija a “noiva” Kyoto em um casamento falso feito por manifestantes para pedir o compromisso europeu com as questões climáticas (Foto: Ally Carnwath/AFP)

A conferência do clima de Durban ganhou uma perspectiva de acordo ontem, um dia antes de seu encerramento. Sob pressão, os EUA suavizaram a oposição ao plano para traçar um novo tratado contra a mu­­dança climática.

"A União Europeia pediu um roteiro, nós apoiamos isso", afirmou o negociador-chefe americano, Todd Stern, negando que seu país esteja propondo adiar a ação no clima até 2020. Stern disse, porém, que ainda não sabe se o futuro acordo será ou não legalmente vinculante, como demanda a UE.

A primeira movimentação do maior emissor histórico do planeta na COP-17 se segue a uma bateria de reuniões e a declarações de grandes emissores do mundo em desenvolvimento de que aceitarão um acordo futuro com metas compulsórias para 2020.

O Brasil, por exemplo, fez sua declaração mais forte a esse respeito ontem, no discurso da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

"Se todos, repito, todos, trabalharmos juntos, poderemos negociar o mais cedo possível um novo instrumento legalmente vinculante sob a convenção, baseado nas recomendações da ciência, que inclua todos os países para o período imediatamente pós-2020", afirmou Izabella.

Stern ainda enfrentou constrangimento em sua fala na plenária, pela manhã. Quando subiu ao pódio para fazer seu discurso oficial, foi interrompido pelos gritos de uma estudante de seu país: "2020 é muito tempo para esperar", bradou Abigail Borah, que foi aplaudida pela plenária enquanto era retirada pelos seguranças.

Convergência

A mudança de tom dos americanos foi percebida tanto por ambientalistas quanto por diplomatas.

"Mais do que movimento, estamos vendo convergência", disse o negociador-chefe do Brasil, Luiz Figueiredo, sem se referir diretamente aos norte-americanos.

Um diplomata sênior de um grande país emissor afirmou que existe vontade nos EUA, mas que a Casa Branca segue amarrada ao Senado, que não ratificou o Protocolo de Kyoto e que não ratificaria o novo acordo.

Caso a conversa avance, Dur­­ban terminará com um "mapa do caminho", ou roteiro, que estabelece os passos a seguir até a assinatura do acordo único.

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