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Washington – No mais recente relatório para analisar a situação do Iraque, divulgado ontem no site do Pentágono, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos afirma, pela primeira vez, que a violência que assola o país pode ser descrita como guerra civil.

"Alguns elementos (do conflito) no Iraque podem ser considerados parte de uma guerra civil", diz o documento, que aponta o período entre outubro e dezembro de 2006 como o mais violento do conflito desde a invasão do país pelos EUA, em março de 2003, há quatro anos.

Ataques e baixas sofridas por civis e pelas forças de coalizão foram mais altas nesse período do que em qualquer outro período de três meses, segundo dados recolhidos pelo Pentágono.

Grande parte das estatísticas citadas no relatório de 47 páginas referem-se ao período anterior ao anúncio do envio de mais 21.500 soldados, feito pelo presidente George W. Bush.

Um relatório divulgado em fevereiro pela inteligência norte-americana apresentou uma conclusão similar. O novo documento é o mais recente de uma série de análises realizadas pelo Pentágono para medir os avanços nas medidas para segurança e estabilidade no Iraque.

O documento indica ainda que 80% dos ataques ocorridos de novembro de 2006 a janeiro de 2007 concentraram-se em quatro províncias – Bagdá, Anbar, Diyala e Salah ad Din. A capital Bagdá chegou a vivenciar 45 ataques ocorridos em um mesmo dia, segundo o relatório.

De acordo com o Pentágono, o Iraque é alvo de uma média de mil ataques por semana, contra cerca de 800 por semana no período de maio a agosto de 2006. Embora muitas ações tivessem como alvo as forças de coalizão, grande parte das vítimas foram civis iraquianos.

Ainda segundo o documento, cerca de 70% dos iraquianos dizem acreditar que as condições estão se agravando, e mais de 9.000 pessoas deixam o país a cada mês.

Oposição

Ao mesmo tempo em que o Pentágono admite o agravamento da situação no Iraque, cresce a oposição à guerra. Uma manifestação marcada para amanhã, em Washington, deverá mobilizar milhares de pessoas, por ocasião do quarto aniversário da invasão ao país.

Os manifestantes virão de mais de 150 cidades dos Estados Unidos, afirmou Bill Hackwell, porta-voz do grupo "Answer", que convocou a passeata até o Pentágono. A palavra ‘answer’, em inglês, significa resposta, mas também é a sigla para "Act now to Stop War and End Racism", ou seja, "Aja agora para parar a guerra e acabar com o racismo".

No domingo, será a vez de integrantes do grupo United for Peace and Justice (Unidos pela Paz e Justiça) protestar em Manhattan, Nova Iorque.

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