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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse neste sábado que seu país está fazendo “o máximo esforço” para proteger os civis na Faixa de Gaza dos bombardeios de Israel em retaliação ao ataque terrorista que sofreu do grupo islâmico palestino Hamas no dia 7. Blinken também ressaltou que está trabalhando com as autoridades israelenses para “abrir corredores seguros” para a população do enclave conseguir se deslocar rumo ao sul após o anúncio de Israel de que ela deveria deixar a parte norte de Gaza em meio à ofensiva contra o Hamas e à busca por pessoas sequestradas pelo grupo.
“Não queremos ver vítimas civis em Gaza ou em qualquer outro lugar do mundo, e estamos fazendo o máximo de nossos esforços para protegê-las”, declarou Blinken em uma reunião em Riad com o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan. O chefe da diplomacia americana afirmou que estava trabalhando com as autoridades israelenses para “abrir corredores seguros e estabelecer zonas seguras para que os civis não sejam prejudicados por esses ataques” e frisou que Israel “continua a exercer seu direito legal e natural de se defender”.
“Os crimes brutais cometidos pelo Hamas não são aceitáveis. Mas o Hamas não fala em nome do povo palestino, é uma organização terrorista cujo objetivo é destruir Israel”, disse Blinken, minimizando sua defesa da campanha militar de Israel contra Gaza em resposta ao ataque do grupo islâmico.
Por sua vez, Bin Farhan afirmou aos EUA que “os civis de ambos os lados são os que mais sofrem” no conflito e enfatizou que “é importante se recusar a alvejar civis”. “Devemos nos concentrar em outras prioridades, como a redução da escalada e o cessar-fogo, além de facilitar o trabalho humanitário em Gaza para garantir que a ajuda humanitária chegue e seja entregue”, disse. O chanceler saudita pediu que os países “trabalhem juntos para encontrar uma saída para essa crise” porque “sem um esforço coletivo” a espiral de violência não pode ser interrompida.
Blinken chegou a Riad no início da manhã de sábado como parte de uma viagem pelo Oriente Médio que o levou a Israel, Jordânia, Catar e Bahrein para insistir no apoio “inabalável” dos Estados Unidos a Israel e estabelecer contatos para garantir que o conflito não se espalhe para outras frentes.
Biden diz que maioria dos palestinos “não tem nada a ver com o Hamas”
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse na sexta-feira que a grande maioria dos palestinos “não tem nada a ver com o Hamas” e que enfrentar a crise humanitária em Gaza é uma “prioridade” para ele. “Estamos nos certificando de que Israel tenha tudo o que precisa para se defender e responder a esses ataques. Também é uma prioridade urgente para mim lidar com a crise humanitária em Gaza”, disse Biden em discurso na cidade de Filadélfia.
O presidente dos EUA declarou que seu governo está em contato direto com Israel, Egito, Jordânia, outros países árabes e as Nações Unidas para resolver a situação. “Não podemos perder de vista o fato de que a esmagadora maioria dos palestinos não tem nada a ver com o Hamas ou seus ataques, e que eles também estão sofrendo”, argumentou.
Biden condenou mais uma vez o ataque a Israel que matou cerca de 1,4 mil pessoas, incluindo 27 americanos, e reiterou que o Hamas representa o “puro mal”. Mais cedo, ele conversou por videoconferência com parentes de americanos sequestrados pelo Hamas e levados como reféns para Gaza. “Eles estão passando por uma agonia por não saberem a situação de seus filhos, maridos, esposas... é de partir o coração. Eu lhes assegurei meu compromisso de fazer todo o possível para trazê-los de volta para casa”, disse Biden.