Os Estados Unidos condenaram o bombardeio desta quarta-feira (31) contra uma escola das Nações Unidas na Faixa de Gaza que estava sendo utilizada como abrigo para os refugiados palestinos desde o início da ofensiva israelense na região.
"Estamos muito preocupados de que os milhares de desabrigados internos palestinos que foram alertados pelo exército israelense para deixarem suas casas não estejam a salvo em refúgios designados pela ONU em Gaza", disse a porta-voz do Conselho Segurança Nacional da Casa Branca, Bernadette Meehan.
A porta-voz reiterou o pedido dos Estados Unidos para uma cessação incondicional das hostilidades, já feito no domingo pelo presidente americano, Barack Obama, ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
"Também condenamos os responsáveis por esconder armas nas instalações das Nações Unidas em Gaza. Todas estas ações e outras semelhantes que já aconteceram no conflito são incompatíveis com a neutralidade da ONU. Esta violência evidencia a necessidade de conseguir um cessar-fogo tão breve quanto possível", acrescentou Meehan.
Israel acusa os militantes do Hamas de ocultar armas nas instalações das Nações Unidas e de lançar foguetes a partir de zonas residenciais, pondo em perigo os civis quando Tel Aviv contra-ataca.
No comunicado, a Casa Branca não atribui a ninguém a responsabilidade pelos bombardeios.
O subsecretário-geral da ONU, Jan Eliasson, informou que o ataque deixou pelo menos 16 civis mortos, incluídas várias crianças, e mais de cem feridos, e afirmou que "toda a informação indica" que a escola foi impactada por artilharia israelense.
A escola-albergue do campo de refugiados de Jabalya, no norte da Faixa, foi atacada no começo da manhã pela "artilharia israelense", o que a ONU considera uma violação do direito internacional humanitário.
Já o exército israelense disse nesta quarta-feira não ter ciência do ataque contra esse complexo, apesar de reconhecer que dezenas de alvos em Gaza tinham sido bombardeados nesta madrugada.
Os Estados Unidos têm aumentado o tom das críticas ao conflito, mas com muito comedimento, já que Israel é um aliado-chave, e por isso sempre respaldou o direito de Tel Aviv de se defender.
Israel e Hamas intensificaram nos últimos dias os ataques depois de mais de três semanas de combates que já deixaram 1.346, a maioria civis, palestinos mortos e de 50 israelenses.
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