Washington - Após escândalos seguidos sobre o Afeganistão, o presidente Barack Obama tentou desviar atenções ontem para o que pode dizer de positivo sobre as guerras americanas: o fim, neste mês, da missão de combate no Iraque. O presidente prometeu trocar os combates pela diplomacia.
"Logo após tomar posse, anunciei nossa nova estratégia para uma transição de responsabilidade aos iraquianos. E deixei claro que, em 31 de agosto de 2010, a missão de combate dos EUA no Iraque acabaria. É exatamente o que estamos fazendo como prometido e no prazo, afirmou Obama, em discurso para os Veteranos Deficientes da América.
A Casa Branca quer deixar apenas 50 mil soldados dos 142 mil de quando Obama assumiu e 65 mil atualmente no país a partir de setembro. Eles terão papel de assessorar e treinar forças iraquianas, proteger pessoal civil americano e planejar operações de contraterrorismo.
O nome da operação passa de Iraqi Freedom (Liberdade no Iraque) para New Dawn (Novo Amanhecer). Para completar a transição, os EUA instalarão um novo embaixador e um novo general em Bagdá. Os 50 mil restantes saem ao fim de 2011.
O que Obama não mencionou foram os desafios a seus planos. Um deles é a própria situação da segurança, que se está em seus níveis mais baixos desde o auge do derramamento de sangue entre 2005 e 2007, continua longe de ser considerada "normal.
Outro problema é que, quase cinco meses após eleições gerais, o Iraque ainda não formou um governo.
Por isso, e escaldada pelo fiasco do governo anterior, que disse ter "completado a missão pouco após tomar Bagdá em 2003, esta Casa Branca teve o cuidado de não declarar vitória no Iraque.
Além disso, o ambiente é pouco propício a tais declarações, pouco após um vazamento de documentos secretos revelar fracassos no Afeganistão e de o general americano em Cabul ser trocado.
"Continuaremos a enfrentar enormes desafios no Afeganistão. Mas estamos avançando e temos objetivos alcançáveis, disse Obama.
Também prometeu acelerar benefícios e melhorar atendimento médico aos veteranos das guerras. Os Estados Unidos têm quase 2 milhões de veteranos que serviram no Iraque e Afeganistão, o maior número desde a Guerra do Vietnã.
Ao alterar o foco para o Iraque, Obama também procurou confortar os americanos em relação ao conflito afegão. Reconheceu a deterioração na luta contra os insurgentes, o que levou à mudança de estratégia militar em dezembro, mas prometeu a vitória contra a Al-Qaeda e a formação de um governo afegão estável e livre da corrupção.