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Os Estados Unidos devem retirar as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) da sua lista de organizações terroristas estrangeiras. A informação foi revelada pelo The Wall Street Journal e confirmada à Reuters por duas fontes.
Segundo a agência de notícias, o Departamento de Estado americano notificou o Congresso nesta terça-feira (23) sobre o planejamento da retirada do grupo comunista da lista, e um anúncio oficial deve ser realizado nos próximos dias.
O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, disse nesta terça que haveria mais detalhes em breve, mas se recusou a confirmar se isso significava a retirada das Farc da lista de organizações terroristas.
O grupo foi designado pela primeira vez como organização terrorista pelos Estados Unidos em 1997. Após um acordo de paz com o governo colombiano há cinco anos, que foi negociado com ajuda do então presidente americano Barack Obama – de quem o atual presidente Joe Biden era vice -, os ex-guerrilheiros entraram na política, depois rebatizando o grupo de Comunes e obtendo dez cadeiras no Congresso colombiano.
Um relatório divulgado pelo Centro Nacional de Memória Histórica da Colômbia em 2018 apontou que mais de 260 mil pessoas morreram no país durante quase 60 anos de conflito armado, cerca de 215 mil delas civis. Grupos paramilitares de combate a guerrilheiros teriam sido responsáveis por 94.754 mortes, as guerrilhas, por 35.683, e as forças de segurança, por 9.804.
Um relatório de inteligência militar de 2019 revelou que cerca de um terço dos combatentes das Farc haviam voltado a pegar em armas após o acordo de paz de 2016.
