Washington - O Pentágono está reposicionando seus navios de guerra e aviões militares nas águas ao largo da costa da Líbia, para estar pronto a impor uma zona de restrição aérea aos pilotos leais ao ditador líbio Muamar Kadafi, ou então executar outras funções, como entregar ajuda humanitária.
Ao aumentar as forças navais e aéreas no Mediterrâneo, os Estados Unidos preparam o terreno para uma possível intervenção na guerra civil na qual mergulhou a Líbia. Nos últimos dias, a liderança militar norte-americana tem planejado uma série de opções, para o caso da Casa Branca ordenar uma escalada na resposta dos EUA, segundo o jornal Wall Street Journal.
A secretária de Estado, Hillary Clinton, disse que os EUA exploram "todas as opções para ação". No momento, os EUA não têm nenhum porta-aviões no Mediterrâneo. Mas aeronaves podem partir do porta-aviões Enterprise, que está no Mar Vermelho, para auxiliar na criação de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, enquanto os egípcios derem permissão para os caças atravessarem seu espaço aéreo, revelou um militar.
A pressão sobre Kadafi também aumentou ontem por parte do Reino Unido. O primeiro-ministro David Cameron disse que seu país não descarta o uso de "ativos militares" para confrontar o governante da Líbia. Cameron também afirmou ao Parlamento que pediu ao ministro da Defesa que trabalhe "com nossos aliados" no plano de criar uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia.
Ao lado da França, o Reino Unido é o único país europeu com capacidade militar de usar a força imediata na Líbia. Durante o final de semana passado, forças especiais foram usadas para retirar civis britânicos da Líbia, enquanto uma fragata da Marinha Real retirou britânicos do porto de Benghazi na semana passada.
Sanções econômicas
Os EUA e a União Europeia vão suspender a compra de petróleo de Kadafi para secar sua principal fonte de renda, além de estabelecerem apoio aos rebeldes para acelerar a possível queda do regime de Trípoli. Norte-americanos e europeus também advertiram aos demais ditadores da região: não vão tolerar a repetição do cenário ocorrido na Líbia.
A proposta de congelar a importação de petróleo veio ontem do governo alemão, em reuniões realizadas em Genebra. "Temos de fazer tudo para garantir que o dinheiro não vá para as mãos do ditador e que ele não tenha nem como pagar por mercenários", afirmou Guido Westerwelle, ministro de Relações Exteriores da Alemanha.
A proposta prevê um isolamento econômico por dois meses. Nesse período, nenhum fluxo de dinheiro poderá chegar a Kadafi.