| Foto: Creative Commons

Abraham Lincoln (1809-1865) governou os Estados Unidos há 150 anos, mas seus feitos o tornaram único na história política do país. Sucessores citam seu nome constantemente – ele é o ex-presidente favorito de Barack Obama – e sua imagem habita o imaginário dos norte-americanos. Ainda mais agora que Lincoln chega aos cinemas. A cinebiografia dirigida por Steven Spielberg tem Daniel Day-Lewis no papel-título e, no Brasil, estreia em 25 de janeiro.

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A importância histórica de Lincoln se explica pelo trabalho que teve em defender a união americana. Quando assumiu a Presidência, em 1861, o país estava dividido. No Sul, a população vivia da agricultura e da escravidão. No Norte, a sociedade era industrializada e moderna, além de mostrar disposição para libertar os negros, almejando mão de obra para as linhas de produção.

Durante 80 anos, os EUA viveram com esses dois modelos econômicos. "Mas as diferenças entre sulistas e nortistas estava chegando a um ponto insustentável", explica o historiador Sean Purdy, professor da Universidade Federal de São Paulo (USP).

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"Uma casa dividida não pode se manter em pé", discursou Lincoln durante campanha para o Senado, em 1858. Apesar de perder o pá­­­reo na ocasião, sua defesa pela união do país e por ideais abolicionistas garantiram os votos que o elegeram presidente em 1860.

Sua eleição foi acompanhada pela saída dos estados do Sul da federação, formando um grupo independente do governo. A possível divisão do país entre Norte e Sul, levou o presidente a combater os confederados, na chamada Guerra da Secessão (1861-1865).

Uma estratégia para Lin­­­coln ganhar o conflito foi convencer os negros a entrar no conflito, pois o Sul ameaçava expandir a escravidão no país. "Foi algo genial, pois garantiu que a guerra não fosse contra os estados do Sul, mas pela abolição", observa Purdy.

Após a vitória em várias batalhas na Guerra da Secessão, Lincoln foi reeleito e passou a discursar sobre direito ao voto para os negros. A ideia irritou o confederado John Wilkes Booth, um ator que atirou contra o presidente dentro de um teatro em 14 de abril de 1865.

"A morte o transformou em um mito", diz Osvaldo Siqueira, professor do curso de História da Universidade Tuiuti do Paraná. Como foi vítima de um crime de guerra, Lincoln foi visto como um mártir – cuja vida foi encerrada mais cedo pelo assassinato.

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A trajetória pessoal do líder republicano tem detalhes fascinantes. De origem humilde, se tornou uma das figuras mais importantes do país, conta David Gerlman, editor da organização Papers of Abraham Lincoln, dedicada a preservação da memória do ex-presidente.

"Sua vida foi cheia de desafios, trabalho duro e problemas. Enfrentou adversidades, mas se manteve convicto da força da democracia. Isso faz dele uma figura envolvente ainda hoje", diz Gerlman.

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