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Pentágono

Estados Unidos estimam que China terá 1.000 ogivas nucleares até 2030

Mísseis balísticos são exibidos na Praça da Paz Celestial, em Pequim, durante desfile do aniversário de 70 anos da fundação da República Popular da China, 1 de outubro de 2019 (Foto: EFE/EPA/HOW HWEE YOUNG)

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Os Estados Unidos estimam que a China terá cerca de 700 ogivas nucleares até 2027 e chegará a pelo menos 1.000 até 2030, de acordo com um relatório do Departamento de Defesa americano divulgado na quarta-feira.

Estas estimativas são muito superiores às que o Pentágono fez no ano passado, quando disse que Pequim possuía cerca de 200 ogivas nucleares e que dobraria o número durante a próxima década.

No relatório divulgado nesta quarta, o governo americano argumenta que o gigante asiático acelerou a produção de armas atômicas e expandiu seu programa de mísseis.

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O documento acrescenta que a China tem atualmente 975 mil soldados na ativa e a maior Marinha do mundo, com cerca de 355 navios e submarinos, "muitos dos quais têm a capacidade de realizar ataques de precisão e de longo alcance".

Ainda segundo o relatório, a China tem a terceira maior Força Aérea do mundo, com 2.800 aeronaves, das quais 2.250 são de combate. O relatório acrescenta que a China tem feito rápidos progressos no espaço, na inteligência artificial e nas capacidades cibernéticas.

Um editorial do Global Times, veículo de imprensa estatal da China, afirma que as estimativas americanas são "especulativas".

"Ninguém sabe a exatidão dos números lançados pelo Pentágono. Como o arsenal nuclear da China é um dos maiores segredos de Estado, qualquer descrição da capacidade nuclear da China por Washington é especulativa", afirma o artigo.

Temores de ataque à China

Por outro lado, o relatório do Pentágono menciona que a China temia um possível ataque dos EUA antes das eleições gerais de 2020, quando Donald Trump ainda era presidente.

O texto afirma que o então secretário de Defesa, Mark Esper, ordenou ao chefe do Estado-Maior Conjunto, general Mark Milley, que telefonasse para o representante chinês equivalente, general Li Zuocheng, antes das eleições, para tranquilizá-lo.

Os contatos de Milley com Li foram revelados no novo livro dos jornalistas Bob Woodward e Robert Costa, "Peril", que causou controvérsia nos EUA em setembro.

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O livro conta que o principal general dos EUA teve duas conversas com Li em outubro de 2020 e em janeiro deste ano, quando Trump ainda era presidente, para assegurar a Pequim que os EUA não atacariam a China.

Em pronunciamento a uma comissão do Senado no final de setembro, Milley alegou que essas ligações ocorreram com o conhecimento dos membros do governo Trump.

Um relatório do Departamento de Estado de outubro de 2021 informou que os EUA possuem cerca de 3.750 ogivas nucleares.

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