Os Estados Unidos estão no processo para a expulsão de Ebrahim Rasool, embaixador da África do Sul, conforme declarou o secretário de Estado Marco Rubio, chamando o representante sul-africano de "político que promove racismo" e odeia o presidente Donald Trump.
Os laços entre as duas nações pioraram desde que Trump cortou a ajuda financeira dos EUA à África do Sul, alegando sua desaprovação com a política fundiária e seu caso de genocídio contra Israel, aliado de Washington, no Tribunal Internacional de Justiça (TPI).
"O embaixador da África do Sul nos Estados Unidos não é mais bem-vindo em nosso grande país", declarou, Rubio, através do X.
"Ebrahim Rasool é um político que incita o racismo e odeia a América e @Potus (Trump)", completou.
A África do Sul chamou a medida de lamentável, mas declarou que continua comprometida em construir relações mutuamente benéficas e que abordaria o assunto por meio de canais diplomáticos.
Rubio republicou um artigo do site americano Breitbart, que alegou que o sul-africano afirmou que Trump estava liderando um movimento de supremacia branca. Ele deve partir até 21 de março, disse um porta-voz do Departamento de Estado neste sábado (15).
Segundo o porta-voz do Departamento de Estado americano, os EUA estão revisando sua política para a África do Sul. Ele cita a política fundiária, os laços crescentes da África do Sul com países como Rússia e Irã e "posições agressivas" em relação aos EUA e aliados.
"O relacionamento EUA/África do Sul agora atingiu seu ponto mais baixo", declarou Patrick Gaspard, ex-embaixador dos EUA na África do Sul. "Há muito em jogo para não trabalharmos para consertar essa parceria."
Por sua vez, o presidente americano afirmou que a a África do Sul está confiscando terras" e que "certas classes de pessoas" estão sendo tratadas "muito mal".
Braço direito do presidente Trump e com origem sul-africana, Elon Musk disse que os sul-africanos brancos têm sido vítimas de "leis racistas de propriedade".
Trump e Musk se referem ao projeto de lei sancionado em janeiro pelo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, que torna mais fácil para o estado desapropriar terras no interesse público, em alguns casos sem compensar o proprietário.
O mandatário sul-africano acredita que esta é uma forma de nivelar as disparidades raciais na propriedade no país de maioria negra e disse que o governo não confiscou nenhuma terra.
Trump, por sua vez, se ofereceu para reassentar fazendeiros sul-africanos brancos e suas famílias como refugiados. O Departamento de Estado está coordenando com o Departamento de Segurança Interna e começou a implementar o plano, segundo o porta-voz do Departamento de Estado, acrescentando que as entrevistas iniciais estavam em andamento.
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