A operação dos Estados Unidos na Líbia e na Somália que capturou um islamita procurado por bombardear a embaixada de Nairóbi há 15 anos mostra a determinação de Washington para caçar os líderes da Al Qaeda em todo o mundo, disse o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, neste domingo.
O líbio Nazih al-Ragye, mais conhecido pelo nome de Abu Anas al-Liby, foi preso por forças dos EUA em Trípoli no sábado, disse o Pentágono. Já uma operação marítima no porto somali de Barawe, um reduto do movimento Al Shabaab, grupo que está por trás do ataque do mês passado em um shopping do Quênia, não conseguiu capturar ou matar o seu alvo. A polícia somali disse que sete pessoas foram mortas durante a operação.
"Esperamos que isso deixe claro que os Estados Unidos da América nunca vão parar em seu esforço para prender os responsáveis por atos de terrorismo", disse Kerry durante uma viagem a Bali.
"Os membros da Al Qaeda e outras organizações terroristas podem, literalmente, correr, mas não podem se esconder", disse Kerry. "Nós vamos continuar a tentar trazer as pessoas à Justiça."
A operação dupla, dois anos depois da equipe SEAL da Marinha dos EUA ter matado o fundador da Al Qaeda, Osama bin Laden, no Paquistão, demonstra o alcance dos EUA em um momento em que militantes islâmicos têm expandido sua presença na África -até mesmo na Líbia após a derrubada do líder Muammar Gaddafi com o apoio de países ocidentais.
O governo da Líbia, com medo de uma reação islâmica, exigiu uma explicação para o "sequestro" de um dos seus cidadãos.
O alvo da operação da Somália não ficou claro, mas um oficial dos EUA foi citado como tendo dito que foi planejado em resposta ao ataque shopping de Nairóbi há duas semanas, em que pelo menos 67 pessoas foram mortas.
Lançada na madrugada de sábado, a invasão da Somália parece ter começado como um pouso em uma praia, em território hostil, que foi seguido por um tiroteio prolongado. Autoridades dos EUA disseram que membros da SEAL realizaram o ataque que matou combatentes da Al Shabaab, aliados da al Qaeda. Segundo a polícia somali, sete pessoas foram mortas durante a operação.
O governo da Somália, apoiado pelo Ocidente, ainda está tentando estabelecer sua autoridade depois de duas décadas de guerra civil e tem pouca influência em Barawe, que fica a 180 km ao sul de Mogadíscio.
Questionado sobre seu envolvimento na operação dos EUA, o primeiro-ministro Abdi Farah Shirdon disse: "Nós estamos em colaboração com o mundo e com os países vizinhos na luta contra a Al Shabaab."