Os Estados Unidos podem ter grampeado o telefone de Angela Merkel por mais de 10 anos, de acordo com reportagem publicada neste sábado, que também informou que o presidente norte-americano, Barack Obama, disse à líder alemã que teria suspendido a ação se soubesse antes.
A indignação da Alemanha sobre denúncias de escutas sobre Merkel pela Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos EUA levou à convocação do embaixador norte-americano esta semana, pela primeira vez, numa crise diplomática pós-guerra sem precedentes.
A revista Der Spiegel informou que o telefone celular de Merkel estava na lista do serviço de coleta especial da NSA desde 2002, conhecido como "GE chanceler Merkel", e ainda continuava nela semanas antes de Obama visitar Berlim, em junho.
Citando comunicado do serviço de coleta, a revista informou que a agência "não tinha legalmente registro de ramos de espionagem" na embaixada dos EUA em Berlim e a exposição levaria a "danos graves para as relações dos Estados Unidos com o outro governo".
A revista, citando um documento secreto de 2010, informou que tais ramos existiam em cerca de 80 localidades ao redor do mundo, incluindo Paris, Madrid, Roma, Praga, Genebra e Frankfurt.
A revista informou ainda que não estava claro se o serviço de coleta tinha gravado conversas ou apenas os dados de conexão.
Obama se desculpou com Merkel quando ela ligou para ele na quarta-feira para pedir esclarecimentos sobre o assunto, escreveu a Der Spiegel, citando uma fonte do gabinete de Merkel.
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