O governo dos Estados Unidos suspendeu formalmente ontem a maior parte da bilionária assistência militar ao Egito em resposta ao golpe militar que derrubou o primeiro presidente democraticamente eleito da história do país árabe. O anúncio foi feito na tarde de ontem pelo Departamento de Estado dos EUA.
A chancelaria norte-americana não entrou em detalhes sobre os números. Desde 1979, no entanto, os EUA enviam em média US$ 1,5 bilhão por ano ao Egito. Desse total, US$ 1,3 bilhão é dedicado a ajuda militar.
A porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Jen Psaki, disse que Washington suspenderá a entrega de "sistemas militares" e da ajuda em dinheiro até que seja observado algum "progresso confiável" na direção de eleições livres e justas no Egito.
Psaki especificou apenas que será mantido o fluxo de dinheiro dedicado a investimentos em saúde e educação, assim como ajuda para que o Egito controle suas fronteira, combata o "terrorismo" e garanta a segurança no Sinai.
Os EUA analisavam a possibilidade de suspender a ajuda desde o golpe militar de 3 de julho, que depôs o presidente Mohammed Mursi e deu início a uma campanha violenta de repressão à Irmandade Muçulmana, grupo que apoia o líder deposto.
Os principais assessores de segurança nacional do presidente Barack Obama recomendam o corte desde o fim de agosto, mas os recentes desdobramentos da guerra civil Síria desviaram o foco do governo norte-americano.
Ontem, a justiça egípcia marcou para 4 de novembro o início do julgamento de Mursi. Ele é mantido incomunicável em um local não revelado desde o golpe militar.