A gigante russa Gazprom cortou o fornecimento de gás para a Europa através do gasoduto Yamal, especificamente via Polônia, depois que a Rússia impôs sanções contra a proprietária polonesa desse trecho, a EuRoPol GAZ.
“De acordo com o decreto do presidente da Federação Russa nº 252 de 3 de maio e a resolução do Governo nº 851 de 11 de maio, foram impostas sanções a uma série de empresas estrangeiras. Entre eles está a EuRoPol GAZ, proprietária do trecho polonês do gasoduto Yamal-Europa”, disse o porta-voz da Gazprom, Sergey Kupryanov.
Por isso, acrescentou ele na conta da empresa no Telegram, “foi imposta uma proibição de transações e pagamentos em favor de pessoas sujeitas a sanções, o que significa em particular para a Gazprom uma proibição do uso do gasoduto de propriedade da EuRoPol GAZ para transportar gás russo através da Polônia”.
Outra alegação da empresa é de que a parte polonesa também violou os direitos da Gazprom como acionista da EuRoPol GAZ, colocando-a, em 26 de abril, na lista de sanções, “bloqueando a capacidade da companhia de exercer os direitos às ações e outros títulos da EuRoPol GAZ e de receber dividendos”.
O gasoduto transnacional Yamal-Europa atravessa o território de quatro países: Rússia, Belarus, Polônia e Alemanha. Sua capacidade é de 32,9 bilhões de metros cúbicos de gás por ano.
Recentemente, esta rota de transporte de gás para a Europa ficou praticamente inutilizada devido à falta de solicitações dos consumidores europeus, de acordo com a agência de notícias russa TASS.
A Gazprom já suspendeu “completamente” o gás não somente para a Polônia (através da distribuidora de gás PGNiG), mas também para a Bulgária (Bulgargaz) no final de abril por se recusarem a pagar por fornecimentos em rublos, conforme exigido pelo presidente russo, Vladimir Putin, em outro decreto de 31 de março.
Na quarta-feira (11), a Rússia colocou 31 empresas estrangeiras de energia, incluindo a EuRoPol Gaz, na lista de sanções de Moscou. Portanto, ela “não poderá participar dos processos de fornecimento de gás da Rússia”, de acordo com o Kremlin.