Esteban Lazo, um dos homens fortes do Partido Comunista e um dos políticos negros que chegaram mais alto nas estruturas do poder em Cuba até hoje, assumiu neste domingo (24) aos 68 anos a liderança da Assembleia Nacional, após duas décadas sem mudanças na presidência dessa câmara.
Lazo, um dos vice-presidentes do Conselho de Estado, foi eleito pela Assembleia (Parlamento unicameral) como seu novo titular para um mandato de cinco anos que se estenderá até 2018, sucedendo Ricardo Alarcón, que ocupou esse posto desde 1993.
Alarcón, destacado dirigente de longa carreira diplomática e um dos históricos do regime cubano, não foi candidato a deputado para as eleições gerais de 3 de fevereiro e agora se dedicará à campanha pela libertação dos cinco agentes cubanos condenados por espionagem nos Estados Unidos, como ele mesmo anunciou recentemente.
Esteban Lazo se torna assim o sexto presidente da história da Assembleia Nacional, atualmente integrada por 612 deputados com uma média de idade de 48 anos e 67% de renovação em relação ao último mandato.
Nascido em 26 de fevereiro de 1944 na província ocidental de Matanzas, Lazo foi eleito pela primeira vez como deputado ao Parlamento em 1981 e em 1993 se tornou em um dos vice-presidentes do Conselho de Estado, cargo para o qual foi ratificado desde então.
Também é membro do Birô Político do Partido Comunista de Cuba (PCC, único), onde é responsável pela esfera ideológica e é considerado um dos homens fortes e de linha ortodoxa da organização.
Em 24 de junho de 2003, foi posto à frente dos departamentos Ideológico e de Educação, Ciência, Cultura e Esportes do Partido, que até então eram coordenados por José Ramón Balaguer, outro histórico da revolução cubana.
Após a vitória revolucionária de 1º de janeiro de 1959, quando tinha apenas 14 anos de idade, Lazo aderiu ao processo liderado por Fidel Castro, começou a militar na Associação de Jovens Rebeldes e em 1963 iniciou sua militância no PCC.
Em sua carreira dentro do Partido ocupou os cargos de primeiro- secretário do PCC na província de Matanzas (1981-1986), em Santiago de Cuba (1986-1994), segunda região de importância na ilha, e na capital Havana (1994-2003).
Dentro da estrutura do PCC também foi delegado aos seis congressos, conseguindo ser eleito como membro suplente do Comitê Central no II, em 1980.
Em fevereiro de 1986 entrou no Birô Político e em seu Secretariado no III Congresso, e foi o primeiro orador no IV Congresso, realizado em Havana em outubro de 1997.
Nos últimos anos, durante o governo de Raúl Castro, Lazo assumiu uma imagem pública de maior relevo liderando algumas das delegações oficiais que representaram a ilha em cúpulas internacionais e cerimônias de posse presidenciais.
Por exemplo, liderou a comitiva cubana que foi à posse presidencial de Laura Chinchilla na Costa Rica, em 2010, e à do dominicano Danilo Medina em 2012.