Ponta Grossa O libanês Ayman Zaher, 35 anos, que atuava como comerciante em cidades de São Paulo, morreu na tarde de domingo no Líbano. Ele tomava café num bar da cidade de Tiro quando foi atingido por estilhaços de uma bomba lançada por avião em um prédio residencial. O ataque israelense teria deixado mais 30 pessoas feridas e outras 15 mortas.
O empresário nasceu no Líbano, mas morava no Brasil há mais de 30 anos. Ele residia em São Paulo há três anos, desde que deixou Ponta Grossa (a 110 quilômetros de Curitiba), onde mantinha uma loja popular. O filho mais velho, Ramud, 14 anos, ainda mora no município paranaense, com a mãe. A vítima tinha sido identificada como Rodrigo Ayman.
Zaher viajou a turismo, sozinho, como fazia uma vez por ano. Ele embarcou no dia 5 de julho e tinha retorno previsto para amanhã. A esposa, Zena, mãe dos outros dois filhos do empresário, estava consternada e não conseguiu falar sobre o assunto.
Na capital paulista, Zaher administrava uma fábrica de roupas, chamada Xizel, que abastecia lojas do empresário nas cidades de São Paulo, Rio Claro, Itapetininga e Capão Bonito. O Ministério das Relações Exteriores não somou o caso ao número de vítimas brasileiras, que oficialmente chegou ontem a cinco.
Com a exceção de tios e primos, que permaneciam no Líbano, o restante dos parentes do empresário mora no Brasil. O corpo está no hospital de Tiro e um tio de Zaher está tomando as providências possíveis. A família ainda não sabe se vai tentar o traslado ou se fará o enterro no Líbano.
De acordo com Ali Zaher, primo do empresário, enquanto a situação de conflito permanecer, nada poderá ser feito. Ali tem dois irmãos em território libanês e está apreensivo.
O clima era de apreensão na família desde que os ataques ao território libanês começaram, há uma semana. Sem poder voltar, Zaher decidiu continuar visitando as cidades que estavam no roteiro do passeio, como Soor, Beirute e Tiro.
Sara Zabad, 17 anos, que é prima da vítima e mora em Ponta Grossa, conta que ele queria muito viajar e que estava com as malas prontas uma semana antes do embarque. Enfrentou fila de espera por vaga no vôo e precisou pagar mais caro para conseguir a passagem.
Mohamed Zabad, 14 anos, foi um dos últimos parentes a ver o primo. Estava em São Paulo, acompanhando a mãe numa viagem de compras, e foi à casa de Zaher. Aproveitou para levá-lo ao aeroporto, junto com a esposa do empresário e dos dois filhos mais novos do casal, com 10 e 7 anos. "Na despedida, ele disse para mim: se cuida e cuida da tua família que você ainda tem muito futuro pela frente", contou.
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