Designer de moda e microbiologista posa entre as suas criações feitas de lã de leite| Foto: REUTERS/Fabian Bimmer
Fibras criadas a partir de leite são usadas para a confecçao de tecidos

Uma jovem estilista de Hanover, na Alemanha, está revolucionando a moda ao criar roupas feitas de um produto básico que encontra em sua própria geladeira: leite.

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Anke Domaske, 28 anos, desenvolveu um material chamado QMilch feito de altas concentrações de caseína, uma proteína do leite. É a primeira fibra feita pelo homem e produzida inteiramente sem substâncias químicas.

"A sensação é de seda, e o tecido não tem cheiro. Ele pode ser lavado, como qualquer outra coisa," disse Domaske à Reuters.

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Feito inteiramente de materiais naturais, o tecido QMilch é ecológico, mas também beneficia a saúde de várias maneiras, disse Domaske. Segundo ela, os aminoácidos da proteína são antibacterianos, antienvelhecimento e podem ajudar a regular a circulação sanguínea e a temperatura corporal.

Favorita de gente como Mischa Barton e Ashlee Simpson, a grife de Domaske, Mademoiselle Chi Chi (MCC), começou agora a incluir a fibra de leite em sua coleção.

Atualmente as roupas da MCC - como vestidos-envelope amplos, com cortes ousados e estampas alegres - são feitas de uma combinação de várias fibras, entre elas a QMilch. Mas Domaske pretende criar uma coleção feita inteiramente da fibra de leite.

A fibra de leite existe desde os anos 1930, mas sempre era produzida de maneiras nada ecológicas, que empregavam muitas substâncias químicas. Diferentemente dos protótipos anteriores, a QMilch é feita quase inteiramente de caseína.

"Desenvolvemos uma fibra inteiramente natural, que consiste em uma concentração muito alta de caseína, além de alguns outros ingredientes naturais. E fizemos isso em apenas dois anos," disse Domaske, ex-estudante de microbiologia.

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A caseína é extraída de leite em pó e depois aquecida, com outros ingredientes naturais, em uma máquina semelhante a um moedor de carne. A fibra sai em cordões e é fiada numa máquina, para assumir a forma de linha.

Domaske disse que seriam necessários mais ou menos seis litros de leite para produzir um vestido, que custa entre 150 euros (199 dólares) e 200 euros.

Felizmente, as roupas não têm data de vencimento: durante o processo de aquecimento as moléculas se unem de maneira que impede a decomposição futura da proteína.

Graças a suas propriedades antibacterianas, a fibra de leite também pode ser usada em medicamentos e cosméticos. Alguns fabricantes de carros estudam a possibilidade de usar a fibra nos estofamentos de veículos.