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Islamabad (AE-AP) – Pelo menos 40 mil pessoas morreram na porção paquistanesa da Caxemira por causa do terremoto do último dia 8 no sul da Ásia, disse ontem um alto funcionário do governo. Se o número for confirmado, a estimativa de mortes na tragédia sobre para 54 mil somente no Paquistão.

Sikandar Hayat Khan, primeiro-ministro da porção paquistanesa da Caxemira, elevou a estimativa de mortos na região porque as equipes de resgate ainda não conseguiram chegar às áreas mais afetadas pelo tremor, disse Abdul Khaliq Wasi, seu porta-voz.

A confirmação do número de mortes é bastante complicada porque grande parte dos corpos encontra-se sob toneladas de escombros, dizem especialistas e autoridades locais. O balanço total anterior era de 39.422 mortos e 65.038 feridos no país.

A chuva de ontem foi um pesadelo para as operações de socorro às vítimas, prejudicando a entrega de ajuda, agravando a situação de dezenas de milhares de pessoas que perderam suas casas. Durante a noite de sábado e na manhã de ontem, a tempestade castigou regiões atingidas pelo terremoto e pela chuva fazendo com que os helicópteros não decolassem. Estes são cruciais para o envio de material aos centros de distribuição e para a retirada de feridos. "É um pesadelo logístico", assegurou Alain Pasche, o coordenador de ajuda humanitária de urgência das Nações Unidas em Muzaffarabad, capital da parte paquistanesa da Caxemira, que ficou praticamente destruída pelo terremoto.

Um deslizamento de terra fez com que o aeroporto de Muzaffarabad fosse interditado, informou Keith Ursel, um representante local do Programa Alimentar Mundial (PAM).

O exército paquistanês também deve manter a ordem, pois alguns saqueadores tentam se aproveitar do caos. Sete pessoas foram detidas quando roubavam alimentos, anunciou o exército.

Em meio à tragédia, uma boa notícia: equipes de resgate salvaram ontem uma menina de poucos meses de idade que ficou presa sob os escombros de sua casa durante oito dias, informou o Exército local. O general Shaukat Sultan, assessor de imprensa do Exército do Paquistão, disse que soldados encontraram a menina na aldeia de Sanger, nos arredores de Balakot, na província de Fronteira Noroeste.

"Ela está muito bem", comemorou Sultan. Dois irmãos da menina levaram os soldados às ruínas da casa onde moravam. Os meninos – um de sete e outro de nove anos – dirigiram-se a um acampamento do Exército em busca de ajuda. Eles levaram consigo uma irmã de apenas sete meses. "Esses meninos são heróis de verdade", elogiou Sultan. "Eles explicaram que a casa onde moravam havia sido destruída, seus pais estavam mortos e não conseguiram encontrar familiares vivos capazes de ajudá-los", relatou o general.

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