A primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, está entre as vozes mais fortes dentro da UE e da OTAN para o fornecimento de armas à Ucrânia| Foto: EFE/EPA/OLIVIER MATTHYS
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As autoridades da Estônia anunciaram nesta terça-feira (20) a detenção, entre dezembro e a semana passada, de dez indivíduos suspeitos de terem atuado como agentes russos e de terem cometido atos de vandalismo para semear medo e incerteza no país báltico, enquanto a vizinha Letônia relatou a prisão de outro suspeito.

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“A Estônia conseguiu frear com êxito uma operação híbrida dos serviços de segurança russos no nosso território”, anunciou a primeira-ministra estoniana, Kaja Kallas, na rede social X, acrescentando que o Kremlin tem como alvo “todas as nossas sociedades democráticas”.

"Nossa resposta é sermos abertos e revelarmos os seus métodos. Esta é a forma de dissuadir atos prejudiciais e de nos tornar mais resistentes", destacou a primeira-ministra, que na semana passada foi incluída na lista de procurados pelas autoridades russas por seu papel no desmantelamento de monumentos soviéticos na Estônia.

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Por sua vez, o Serviço de Segurança Interna (ISS) da Estônia informou que, dos dez detidos, seis permanecem presos, embora todos sejam objeto de uma investigação por parte do procurador-geral do Estado, Triinu Olev.

O ISS sustenta que os suspeitos tinham instruções para semear o medo e criar tensões na sociedade estoniana, segundo a emissora pública ERR.

Dessa forma, além de recolherem informações sobre potenciais alvos, cometeram atos de vandalismo como um ataque a um veículo privado do ministro do Interior, Lauri Läänemets, e ao carro de um jornalista, além de atacarem memoriais de guerra.

“Mais cedo ou mais tarde iremos apanhar aqueles que tentam ameaçar a segurança nacional da Estônia”, afirmou a diretora do ISS, Margo Palloson, salientando que alguns dos suspeitos foram recrutados por meio das redes sociais.

“Isto faz parte dos ataques híbridos da Rússia, da mesma forma que as ameaças de bomba enviadas às escolas e os ataques cibernéticos. Como sociedade, devemos estar conscientes de que o principal objetivo é dividir-nos e enfraquecer a coesão da sociedade”, alertou Palloson.

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Por sua parte, o Serviço de Segurança do Estado (VDD) da vizinha Letônia anunciou que no dia 8 de fevereiro um indivíduo com dupla nacionalidade russa e estoniana foi detido na passagem fronteiriça de Patarnieki (leste).

O detido é acusado de ter vandalizado um monumento aos legionários letões que lutaram nas fileiras nazistas contra os soviéticos na Segunda Guerra Mundial, cobrindo-o com tinta vermelha, no dia 29 de janeiro, na região de Semigalia (centro).

O VDD suspeita que o detido agiu sob ordens dos serviços de segurança russos e cometeu atos semelhantes em outros países bálticos. (Com Agência EFE)

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