Beirute Um comboio de quatro ônibus transportando 147 brasileiros que estavam retidos no Líbano desde a última quarta-feira, quando os bombardeios de Israel tiveram início, escapou da zona em guerra pela Síria. O conflito que já deixou pelo menos 179 mortos no Líbano e 24 em Israel está provocando uma fuga em massa dos estrangeiros que passam férias em cidades libanesas.
Além do comboio com brasileiros, ônibus levando alemães, britânicos, italianos estão adotando a mesma estratégia. Com os ataques ao aeroporto internacional de Beirute, eles seguem por terra até o porto naval ou o aeroporto mais próximo. Com grandes bandeiras européias e americanas nas janelas, para não serem confundidos com alvos libaneses diante de Israel, os ônibus partem lotados de turistas em fuga, ansiosos para reencontrar suas famílias.
Os brasileiros seguiram para Adana, na Turquia. De lá, parte embarcaria em um Boeing 707 da Força Aérea Brasileira, de volta para casa. A chegada ao Brasil está prevista para a manhã de hoje, quando o avião fará uma escala em Recife. O desembarque deve ser no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo.
A primeira família do Paraná a voltar para casa deve chegar hoje pela manhã, segundo agentes de viagens de Foz do Iguaçu. Outras três chegam amanhã, também em Foz, todas por meios particulares.
As autoridades estimam que, até agora, cerca de 50 dos mais de mil brasileiros que se encontravam no Líbano conseguiram retornar. Quatro integrantes de uma família um casal libanês e dois filhos que nasceram no Brasil foram mortos na semana passada.
A Itália já removeu 800 civis. A Alemanha também retirou centenas. "Chegamos como turistas nesse país maravilhoso, mas era o momento errado de estar aqui", disse ontem uma alemã da janela de um ônibus. Um jovem lamentava não ter podido se despedir dos seus amigos libaneses, aos quais deixa em uma situação insegura. Cidadãos dos Estados Unidos, que apóiam Israel, também estão em fuga. O EUA, no entanto, cobram taxa de US$ 300 para levá-los do Líbano ao Chipre.
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