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O estudante carioca T.G., de 22 anos, poderia ser mais uma vítima do terror. Ele trabalhava no night club Tiger Tiger, em Picadilly Circus, na capital britânica, sem ter idéia que o perigo estava ao lado. A boate fica próximo ao local onde a polícia londrina desativou um carro-bomba, na madrugada de sexta-feira (hora local). Não houve feridos.

Em entrevista exclusiva ao Globo Online, o estudante, que trabalha como assistente de barman, contou que, durante toda a noite, lojas e boates funcionaram normalmente e não perceberam nenhuma movimentação diferente. Na Tiger Tiger, o movimento era bastante intenso, pois estava acontecendo uma festa de 18 anos no salão principal. Cerca de 800 pessoas se divertiam na boate naquela noite.

- Estive presente durante toda a ação, que graças a Deus não resultou em mortes. Durante toda a noite, não percebi nada de estranho, até por volta das 2h da madrugada, quando minha gerente pediu que todos os funcionários se reunissem no staff room e esperassem por mais notícias. Toda a área do bar principal foi evacuada, mas tudo feito com ordem para que não criasse pânico.

O estudante disse que não souberam de imediato o que estava acontecendo e que só notaram a chegada de uma ambulância para atender a um cliente que se sentiu mal.

- No momento, não senti medo, pois não tinha idéia do que estava acontecendo. Depois da chegada da polícia, todos nos acalmavam, mas não davam maiores explicações. Só soube que se tratava de um carro-bomba ao ler as manchetes dos jornais na manhã seguinte (sexta-feira). Aí, vi que era sério e podia ter morrido. Só então senti medo, pânico.

Ele contou que os seguranças da boate estranharam a presença do carro estacionado no local, normalmente ocupado por táxis que ficam à espera dos clientes dos night clubs. Ao sentir cheiro de gás, o segurança da Tiger Tiger avisou à gerência e acionou a polícia. Toda a área foi isolada logo em seguida.

Durante toda a manhã e tarde de sexta-feira, a equipe que trabalhou na noite anterior esteve reunida no restaurante Sugar Reef, próximo ao local, e foram interrogados pela Scoland Yard no hotel Meriedièn.

-Apenas disse o óbvio: que não sabia de nada. Eles anotaram algumas informações pessoais e nada mais.

O estudante disse ser novidade para ela a notícia veiculada hoje pelo site do jornal britânico "The Times", de que as boates britânicas foram alertadas há poucos dias que poderiam se tornar alvo de atentados terroristas.Vida volta ao normal

A área de Picadilly Circus foi liberada por volta da meia-noite de sexta-feira. Algumas lojas e boates chegaram a abrir, mas o movimento de clientes foi pequeno.

T.G. não sabe ainda se vai trabalhar neste sábado. A expectativa é que o movimento seja normal no local, já que os proprietários dos estabelecimentos reclamaram dos grandes prejuízos que tiveram na noite anterior.

O brasileiro acrescentou que, nos 10 meses que vive em Londres, nunca viveu uma ameaça do terror como esta.

- Infelizmente, não estamos seguros em lugar algum. É realmente chocante pensar que poderia estar morto a essa hora, mas graças a Deus isso não aconteceu.

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