Manifestação em Santiago contra a política educacional do presidente do Chile, Sebastián Piñera| Foto: Eliseo Fernandez/Reuters

Os protestos

Em protesto desde maio, estudantes chilenos ganharam o apoio de outros setores descontentes.

Estudantes

Estudantes secundários e universitários estão em protestos há três meses. Querem que a educação pública seja gratuita e pedem o fim do lucro com o ensino. Cerca de 40% dos estudantes chilenos estão endividados.

Mineiros

Protestam por melhorias nas condições de trabalho e contra a ameaça de privatização da estatal Codelco.

Sindicatos

A CUT (Central Única dos Trabalhadores), que congrega cerca de 80% dos trabalhadores do país, aderiu aos protestos com uma greve nacional nesta semana de dois dias. Eles pedem uma reforma do sistema tributário, uma nova Constituição (segue vigente a da ditadura de Pinochet), um novo código trabalhista, um novo sistema estatal de fundos de pensão (todos são privados), e mais recursos para saúde e moradia.

Ecologistas

Protestam contra a autorização do governo para a construção de quatro hidrelétricas na patagônia chilena, num caso similar à hidrelétrica de Belo Monte, no Brasil.

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A morte de um estudante durante os protestos no Chile levou o presidente Sebastián Piñera a clamar ontem por uma "imediata" abertura do diálogo entre estudantes, professores, governo e Congresso, para a solução do conflito estudantil.

Mobilizados há três meses por reformas no sistema educacional, os estudantes se juntaram a ou­­tros setores em uma greve geral de 48 horas, quarta e quinta-feira.

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Nos dois dias de protestos, ocorreram novos confrontos com a polícia. Na quinta-feira à noite, o jovem Manuel Gutiérrez Reino­­so, 16 anos, foi morto com um tiro no peito. O crime ocorreu em Macul, na região metropolitana de Santiago, quando a polícia re­­primia os ma­­nifestantes. O irmão de Manuel, Gerson, contou que os policiais atiraram de seus carros. O governo nega, mas um inquérito foi aberto para apurar o caso.

A gestão Piñera tem sido criticada pela forte repressão empregada nos protestos. Correligio­­ná­­rios pediram que fosse utilizada a Lei de Seguridade do Estado, me­­dida de exceção da ditadura de Augusto Pinochet que permite o uso das Forças Armadas para conter os protestos.

Há ainda outro estudante in­­ternado em estado grave. Mais de 200 pessoas ficaram feridas. O go­­verno divulgou que 1.394 pessoas foram presas durante os dois dias.

O movimento estudantil afirmou que vai analisar o inédito convite de Piñera para um diálogo direto com a presidência. Mag­­dalena Paredes, uma das líderes estudantis, disse que o movimento cumpriu o objetivo, mas avalia que é hora de arrefecer os ânimos.

A principal demanda dos estudantes é que a educação pública seja gratuita. Eles também pedem o fim do lucro com o ensino. Cerca de 40% dos estudantes chilenos estão endividados.

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