O estudante Dilan Cruz, 18 anos, é a quarta pessoa morta nos protestos contra o governo de Iván Duque na Colômbia. Ele morreu na segunda-feira (25), após passar dois dias internado com um grave ferimento na cabeça, causado por um projétil de gás lacrimogêneo disparado pela polícia de choque - um vídeo registrou o momento em que foi atingido pelas costas. O estudante rapidamente se transformou no rosto das manifestações que, entre outras reivindicações, pedem o fim dos abusos cometidos pelas forças de segurança durante protestos no país.
A família contou que Cruz se formaria no Ensino Médio no dia em que morreu. Ele queria estudar psicologia ou administração de empresas e estava protestando por uma educação mais acessível, já que, devido à sua condição financeira, tinha acesso restrito à educação superior.
De acordo com a imprensa local, o policial que atirou em Cruz foi demitido, mas não se sabe se ele responderá penalmente pela morte do estudante.
Protestos
A Colômbia é o mais recente país andino a enfrentar distúrbios em massa, depois que manifestações forçaram os governos do Equador e Chile a reverter medidas de austeridade nas últimas semanas e ajudaram a tirar o presidente boliviano Evo Morales do cargo.
As manifestações colombianas são motivadas por uma série de questões, incluindo políticas educacionais e trabalhistas do governo, assassinatos não resolvidos de líderes sociais e corrupção.
No sábado, a polícia disparou gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes que estavam cantando o hino nacional em frente à sede do banco central no centro de Bogotá.
As táticas violentas usadas pela polícia contra manifestantes pacíficos estão estimulando os protestos, disse Sol Parra, 26, que participava de uma manifestação no distrito de Chapinero, em Bogotá, na noite de domingo. "Se tivermos que ficar aqui por um mês ou dois meses, é isso que faremos", disse ela.
Muitos moradores da capital estão fazendo panelaços à noite, somando-se aos protestos.
Duque realizou reuniões com prefeitos e governadores para iniciar o que ele diz ser um "diálogo nacional". As conversas com líderes regionais, políticos e empresas, planejadas até março de 2020, abordarão questões como educação, desigualdade, combate à corrupção e proteção do meio ambiente, disse Duque.
Conteúdo editado por: Isabella Mayer de Moura