Caracas - Um líder estudantil e opositor do governo venezuelano morreu ontem, vítima de disparos na cidade de Macaraibo, a 700 km de Caracas, informou a polícia local. Julio Soto, presidente da Federação de Centros Universitários da Universidade de Zulia e militante do partido de oposição Um Novo Tempo (UNT) ajudou a organizar protestos contra emendas na Constituição propostas pelo presidente Hugo Chávez.
O chefe da polícia de Macaraibo, José González, disse que Soto foi atingido por pessoas desconhecidas. Ele estava acompanhado do colega Hernán Chirinos, que ficou ferido e foi levado para o hospital.
O ministro do Interior da Venezuela, Tarek El Assaimi, lamentou o ocorrido e garantiu que as autoridades se "dedicarão com todos os meios para encontrar os responsáveis pelo "abominável crime. O ministro pediu calma aos estudantes de Macaraibo e que evitem dar um aspecto político ao assassinato. "Que não usem esse ato para gerar atos de violência (...) independentemente de que era um militante de oposição, afirmou o ministro.
O atentado ocorreu às 15 h (14 h em Brasília), quando o carro de Soto foi cercado por outros dois veículos, de onde saíram os disparos, informou a polícia. Testemunhas citadas pelos jornais locais disseram que o carro de Soto foi atingido por aproximadamente 20 tiros. O chefe da polícia disse que as primeiras averiguações mostram que mais de duas pessoas podem ter atirado no estudante. Os atiradores não levaram nada do carro de Soto.
Insegurança
O ministro do Interior mobilizou o chefe da polícia científica para investigar o caso. O reitor da Universidade de Luz, Jorge Palencia, disse que a morte do estudante é resultado do "clima de insegurança que vive o país, que é cada vez mais crítico, mas afirmou que vai aguardar o resultado das investigações.
Na quarta-feira, a imprensa venezuelana divulgou um relatório lançado pela revista Foreign Policy que posicionou Caracas no topo da lista de cidades com índices mais altos de "violência brutal e homicida. Segundo as estatísticas oficiais analisadas pela revista, a capital da Venezuela, que tem 3,2 milhões de habitantes, apresenta uma taxa de 130 homicídios para cada 100 mil habitantes.