A tropa de choque da polícia chilena reprimiu ontem uma nova onda de protestos protagonizada por estudantes chilenos. Centenas de estudantes secundaristas ocuparam escolas e bloquearam o tráfego de veículos em Santiago para exigir melhoras no sistema educacional
As escolas começaram a ser ocupadas pelos estudantes logo pela manhã. As ocupações foram seguidas de passeatas por importantes avenidas de Santiago e de cidades próximas da capital chilena.
O prefeito de Santiago, o conservador Pablo Zallaquett, ameaçava suspender as bolsas concedidas aos estudantes que participam da ocupação das escolas. A ameaça do prefeito foi respaldada pelo ministro da Educação do Chile, Harald Bayer.
Já o prefeito de La Granja, Claudio Arriagada, qualificou a ameaça de Zallaquett como "uma aberração", uma vez que as bolsas de estudo não seriam administradas pela prefeitura.
Na semana passada, a polícia chilena fez uso de canhões dágua para dispersar uma manifestação por educação grátis da qual participavam milhares de pessoas.
Os novos protestos derivam de problemas não resolvidos no ano passado. Apesar de sete meses de manifestações e ocupações de escolas e campi universitários, o governo chileno não passou da promessa de reformar o sistema educacional.
Os estudantes exigem educação gratuita e de qualidade e o fim do lucro dos estabelecimentos educacionais que recebem dinheiro do Estado.
Os distúrbios nos colégios acontecem menos de uma semana depois que cinco mil estudantes do ensino médio tentaram manifestar-se em Santiago por um trajeto não autorizado pela prefeitura, o que resultou em violentos incidentes que deixaram três ônibus queimados, assim como 75 detidos e 49 policiais feridos.
Os estudantes alertam que a posição do governo poderá prejudicar as eleições municipais do dia 28 de outubro.
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