Santiago Os estudantes secundaristas do Chile decidiram ontem encerrar a greve nacional e os protestos iniciados no final de maio. O movimento, marcado pela violência e pelas prisões em massa, conquistou algumas de suas reivindicações, mas manteve o descrédito quando à criação de um grupo para estudar uma reforma educacional.
Entre as conquistas dos alunos estão transporte escolar gratuito, uma cota para isenção do pagamento da taxa cobrada pelo vestibular e um pacote de investimentos no valor de 31 bilhões de pesos (R$ 132 milhões).
Os jovens que integram a Aces (Assembléia Coordenadora de Estudantes Secundários) terão direito a apenas algumas das cadeiras que irão compor o grupo que elaborará uma reforma estudantil, conforme determinação da presidente, Michelle Bachelet. Inicialmente, eles exigiam maioria. Mesmo contrariados, os estudantes concordaram em voltar às aulas, de acordo com um de seus porta-vozes, Juan Carlos Herrera. "Voltamos às aulas", disse. Segundo ele, caso as demandas dos estudantes quanto à revisão da legislação do setor não sejam atendidas, as mobilizações voltarão.
Segundo o governo chileno, a proposta é que o grupo sugira mudanças na Lei Orgânica Constitucional de Ensino em até três meses.
Os estudantes decidiram se integrar ao Comitê Assessor para Matérias de Educação formado há poucos dias pela presidente chilena, mas com uma visão crítica. Bachelet ofereceu seis vagas aos estudantes, de um total de 66 membros, e a Aces deverá agora designar seus representantes.
Herrera disse que os estudantes avaliarão permanentemente o trabalho do Comitê Assessor. O comitê, segundo a presidente chilena, deverá delinear em um prazo de três meses as reformas à Lei Orgânica Constitucional de Ensino, que segundo os secundaristas e vários analistas deu lugar à crescente educação desigual para ricos e pobres. Os protestos foram a primeira crise enfrentada pela primeira mulher eleita presidente do Chile.
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