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Estudantes constroem casa anfíbia para enfrentar chuvas na Colômbia

Protótipo de uma casa anfíbia, que eventualmente poderá ser usada para enfrentar as temporadas de chuvas na Colômbia | Raul Arboleda/AFP
Protótipo de uma casa anfíbia, que eventualmente poderá ser usada para enfrentar as temporadas de chuvas na Colômbia (Foto: Raul Arboleda/AFP)

Três estudantes colombianos de engenharia construíram o protótipo de uma casa anfíbia, que eventualmente poderá ser usada por seus compatriotas para enfrentar as temporadas de chuvas que anualmente deixam dezenas de milhares de desabrigados e dezenas de mortos.

"O projeto surgiu como saída para problemas de moradia que milhares de colombianos enfrentam durante as inundações provocadas pelo inverno (nr: temporada de chuvas) e diante dos efeitos das mudanças climáticas", explicou à AFP Lina Castaño, uma das engenheiras do projeto l927, da universidade particular Eafit de Medellín (noroeste).

País montanhoso de clima tropical, a Colômbia costuma ter duas temporadas de chuvas ao ano: a primeira de abril a junho e a segunda de outubro a dezembro.

Entre abril de 2010 e o mesmo mês de 2011, a Colômbia foi castigada por uma das piores temporadas de chuvas dos últimos anos, que deixou mais de 400 mortos e 3,6 milhões de afetados.

O protótipo da casa anfíbia tem 64 metros quadrados e capacidade para abrigar uma família de no máximo seis pessoas. Além disso, pode se elevar a mais de dois metros do nível do solo em caso de inundação, pois funciona com uma plataforma de flutuação construída com garrafas plásticas recicladas.

"O peso máximo que pode suportar, com ocupantes, móveis e utensílios, é de oito toneladas. Os tanques sobre os quais a plataforma se sustenta têm altura aproximada de três metros, o que permite que a casa possa flutuar sobre dois metros d'água", explicou Andrés Walker, outro engenheiro encarregado do projeto.

Equipada com banheiro, cozinha, quartos e acessos aos serviços básicos como água e eletricidade, a casa tem custo de produção de US$ 19.250, cinco vezes inferior ao valor médio de uma casa popular na Colômbia, explicou Sergio Molina.

"É muito bom saber que se está pondo os pés em um sonho. Às vezes são difíceis de concretizar porque (os sonhos) são etéreos, poucos são palpáveis. Mas é muito bom estar aqui, compartilhando o que uma vez foi o sonho de Andrés e de Sergio", disse Lina Castaño, durante a apresentação do projeto no clube náutico da cidade de Guatapé, a 82 km de Medellín.

A Colômbia foi situada, ao lado de Paquistão e Guatemala, no topo de uma lista dos países mais afetados em 2010 por problemas climáticos graves, segundo um "índice de risco climático" publicado esta terça-feira em Durban, África do Sul, pela organização não-governamental europeia Germanwatch.

A segunda temporada de chuvas anual do país, iniciada em setembro, deixou pelo menos 104 mortos, 10 desaparecidos, 95 feridos e 419.630 afetados, assim como 513 residências destruídas e 71.286 danificadas, segundo um relatório publicado na segunda-feira pela Direção de Gestão de Riscos colombiana.

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