Estudantes de Harvard, uma das melhores universidades do mundo, publicaram nesta segunda-feira (9) uma carta, que foi assinada por 34 organizações estudantis da instituição de ensino, onde afirmam que Israel, atacada pelo grupo terrorista Hamas no último sábado (7), é o país responsável pela escalada da violência e da guerra que está ocorrendo neste momento no Oriente Médio.
Na carta, os alunos chamam Israel de "regime" e responsabilizam o país por "toda a violência em curso" na região.
"A violência israelense estruturou cada aspecto da existência palestina por 75 anos. Desde apreensões sistemáticas de terras até ataques aéreos de rotina, detenções arbitrárias até postos de controle militares", diz um trecho da carta.
Os alunos finalizaram o documento pontuando que ele havia sido "redigido por uma coalizão de grupos de solidariedade com a Palestina". Eles ainda disseram que por motivos de "segurança dos estudantes" que assinaram a carta, seus nomes e os das organizações das quais eles fazem parte "foram ocultados".
Nesta terça-feira (10), informações divulgadas pela Agência Reuters afirmam que o documento foi escrito por grupos vinculados aos Judeus pela Libertação em Harvard e pela Organização de Resistência Afro-Americana.
Ainda de acordo com a Reuters, Claudine Gay, presidente de Harvard, juntamente com outros membros do conselho da instituição, emitiram uma declaração também na segunda onde disseram que estavam com "o coração partido pela morte e destruição desencadeadas pelo ataque do Hamas que visou cidadãos em Israel neste fim de semana". No entanto, a declaração dos superiores não citou, nem condenou a carta pró-Palestina emitida pelos alunos da instituição que culpavam Israel pela guerra.
Ex-alunos e membros ficaram indignados com o documento
Ex-alunos e membros de Harvard, reconhecidos nos EUA, ficaram indignados com carta que foi divulgada pelos atuais alunos da instituição.
O ex-presidente de Harvard Lawrence Summers, afirmou na rede social X (antigo Twitter) que “em quase 50 anos de afiliação a Harvard, nunca estive tão desiludido como estou hoje".
De acordo com ele "a omissão da liderança de Harvard" permitiu que instituição "permanecesse, no melhor dos casos, neutra em relação aos atos de terror perpetrados contra o estado judeu de Israel". Summers ainda afirmou que estava "enojado" com a situação.
Elise Stefanik, que se formou em Harvard e atualmente é deputada nos EUA pelo Partido Republicano, chamou a carta dos alunos de "abominável e horrenda".
Ted Cruz, senador dos EUA pelo Partido Republicano, questionou a veiculação do documento ao escrever em seu perfil no X "o que diabos há de errado com Harvard?".
"Diante da escolha entre apoiar Israel ou apoiar terroristas que estão estuprando, sequestrando e matando milhares de mulheres e crianças, 31 grupos estudantis escolhem os terroristas. O ódio inflamado e o antissemitismo estão os cegando completamente", escreveu Cruz.
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