Milhares de estudantes universitários de Hong Kong boicotaram as aulas nesta segunda-feira (22) para protestar contra a decisão de Pequim de restringir as reformas eleitorais. Trata-se do início de uma semana de greve que marca a mais recente fase da luta pela democracia na cidade chinesa.
A greve acontece no momento em que dezenas de magnatas e líderes empresariais de Hong Kong fazem uma rara visita a Pequim para encontrarem-se com líderes comunistas chineses que, por sua vez, querem reforçar seu apoio às elites bilionárias da cidade semiautônoma chinesa.
As organizações estudantis ficaram consternadas com a decisão de Pequim, anunciada em agosto, de descartar a nomeação aberta para candidatos sob as diretrizes propostas para as primeiras eleições para a liderança de Hong Kong, prometidas para 2017.
O descontentamento a respeito das reformas democráticas é especialmente grande entre os jovens de Hong Kong, que se preocupam com suas perspectivas, em meio à crescente desigualdade que, segundo eles, é de responsabilidade dos magnatas bilionários, cujas empresas controlam grande parte da economia e têm apoio de Pequim.
O Congresso do Povo da China, o Legislativo do país, afirma que os candidatos à eleição poderão ser vetados por um comitê. Muitos os magnatas que visitam Pequim são parte de um organismo semelhante que seleciona os líderes de Hong Kong.
A luta pela democracia em Hong Kong levou a crescentes tensões. Ativistas ameaçam realizar "ocupações" em massa do distrito financeiro da cidade já em 1º de outubro, numa campanha de desobediência civil para atingir seus objetivos.
"O greve dos estudantes marcará um momento decisivo para o movimento democrático", disse Alex Chow, secretário-geral da Federação de Estudantes de Hong Kong, a cerca de 13 mil estudantes de 24 escolas reunidos no campus da Universidade Chinesa de Hong Kong. "Não temos mais ilusões em relação ao governo, mas temos fé em nós mesmos. Estamos dispostos a pagar o preço da democracia."
Os estudantes planejam se reunir diariamente pelo resto da semana num parque no centro da cidade, que fica perto da sede do governo. Um grupo menor de estudantes secundaristas pretende se juntar aos grevistas na sexta-feira.
Em Pequim, mais de 60 magnatas de Hong Kong, dentre eles Li Ka-shing, a pessoa mais rica da Ásia, reuniu-se com o presidente Xi Jinping. Trata-se da segunda vez que uma delegação tão grande visita Pequim desde o retorno da cidade ao comando chinês, em 1997. Em 2003, um grupo menor fez a mesma viagem após grandes protestos contra uma lei impopular.
Os magnatas pediram aos ativistas pela democracia que evitem confrontos, afirmando que Pequim não mudará de ideia. "Hong Kong é um centro financeiro e, se o distrito financeiro estiver em desordem, Hong Kong será arruinada", disse o bilionário incorporador imobiliário Lee Shau-kee aos jornalistas após chegar a Pequim, na noite de domingo. Fonte: Associated Press.
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