Caracas - Em greve de fome há 19 dias, um grupo de estudantes universitários da Venezuela exige que uma comissão da Organização dos Estados Americanos (OEA) visite o país para investigar supostas violações de direitos humanos.
A maior parte dos ativistas se instalou, em 31 de janeiro, na sede da OEA em Caracas, no bairro nobre de Las Mercedes, mas o protesto tem ganhado adesões de estudantes em outros estados.
Além da cobertura sistemática da tevê oposicionista Globovisión, que entra com flashs ao vivo na programação mostrando o andamento do protesto, a greve de fome ganhou a manchete do jornal Últimas Noticias de ontem, o mais lido do país e considerado próximo do chavismo.
"Os ventos de liberdade que se iniciaram na Tunísia e no Egito cruzaram o Atlântico e estão na Venezuela", disse Lorent Saleh, coordenador nacional do Movimento Juventude Ativa Venezuela (Javu), sentado em um dos colchonetes multicoloridos espalhados pela sede da OEA.
Um dos estudantes desmaiou anteontem e foi levado a um hospital. O grupo diz que só tem tomado água e uma solução salina desde o início do mês. A manifestação captou a atenção do secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, que declarou "preocupado" com os jovens e voltou a dizer que não pode viajar à Venezuela sem um expresso convite do governo Chávez.
Os estudantes pedem ainda a libertação de 27 detidos que consideram "presos políticos" do governo. Entre eles, estão dois parlamentares.
O chanceler Nicolas Maduro afirmou que as reivindicações dos estudantes podem ser "conversadas e solucionadas", sem interferência das instâncias multilaterais. Disse que os "jovens da oposição" fazem petições "impossíveis", como a libertação de condenados por homicídios.