Estudantes franceses prometeram no domingo intensificar protestos contra um novo projeto trabalhista após numerosas manifestações e uma greve geral prevista para terça-feira, se o governo não retirar a proposta de lei sobre o assunto.
- Sem a retirada da lei, não há possibilidade de negociação - disse Xavier Pascal, um líder estudantil entre 500 delegados de mais de 80 universidades e outras instituições educacionais que se encontraram em Aix-en-Provence, no sudeste da França, para coordenar as ações.
Em um comunicado conjunto, os estudantes disseram que irão bloquear estações de trem e rodovias no dia 30 de março e pediram ao governo para que renuncie.
"A surdez do governo não enfraquece a nossa determinação", eles disseram após dois meses de protestos que levaram a confrontos esporádicos e ao aumento dos temores de que as manifestações sejam corrompidas por desordeiros.
A França está sob risco de caos na terça-feira, quando estudantes, crianças e seus pais vão protestar em muitas cidades, enquanto os sindicatos convocam uma greve geral que deve perturbar o transporte público, com muitos trens e vôos cancelados e apenas metade do serviço ferroviário de Paris em funcionamento.
Muitas universidades e escolas estão ocupadas por estudantes. Centenas de policiais guardam os prédios da Sorbonne e da Academia da França, no centro de Paris, após terem retirado os estudantes desses locais com bombas de gás há duas semanas.
O primeiro-ministro Dominique de Villepin se encontrou com organizações de estudantes moderados no sábado em negociações que foram boicotadas pelos principais grupos organizadores dos protestos. Após o encontro, Villepin disse que queria encontrar uma solução para a crise.
A corte constitucional ainda precisa aprovar a lei, que permite aos empregadores demitir pessoas com menos de 26 anos sem justificativa durante os dois primeiros anos de trabalho.
A disputa sobre a lei que estabelece o CPE (Primeiro Contrato de Emprego)é uma das maiores crises na administração de dez meses de Villepin.
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