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Educação

Estudantes “incendeiam” Londres

Protesto contra aumento das taxas escolares tomou as ruas de Londres | Toby Melville/Reuters
Protesto contra aumento das taxas escolares tomou as ruas de Londres (Foto: Toby Melville/Reuters)
Após quebrarem os vidros da sede do Partido Conservador, na capital inglesa, estudantes entram em confronto com policiais |

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Após quebrarem os vidros da sede do Partido Conservador, na capital inglesa, estudantes entram em confronto com policiais

Londres - Estudantes entraram à força ontem no prédio onde funciona o quartel-general do Partido Conservador, em Londres, du­­rante protesto contra o aumento do preço das taxas anuais de matrícula cobradas pelas universidades. O confronto entre estudantes e a polícia foi transmitido ao vivo pela televisão. A Scotland Yard, a polícia londrina, informou que 14 pessoas ficaram feridas. Houve 32 detenções.

A manifestação tornou-se violenta quando os estudantes quebraram os vidros da sede do Partido Conservador. No início da tarde, dezenas de manifestantes conseguiram chegar até o telhado do prédio, onde colocaram faixas. Outros acenderam uma fogueira em frente à torre.

Aaron Porter, presidente do Sindicato Nacional dos Estu­­dan­­tes (NUS), disse "condenar completamente a violência". "Aque­­les que estão aqui para causar a desordem deveriam se envergonhar", acrescentou.

A polícia estimou em cerca de 20 mil estudantes os participantes nos protestos contra o projeto governamental de aumentar as taxas escolares nas faculdades in­­glesas. Os manifestantes disseram que foram 50 mil. Trata-se da maior manifestação organizada desde o início do mandato do conservador David Cameron, em maio passado.

"Os políticos parecem ´nem estar aí`. Eles deveriam pegar di­­nheiro das pessoas que ganham muito, que recebem salários de sete dígitos, mas não de estudantes que não têm dinheiro", declarou Anna Tennant-Siren, da Uni­­versidade de Ulster em Coleraine, na Irlanda do Norte.

"Não aceitaremos que a geração anterior passe essas dívidas para a geração seguinte", declarou por sua vez o líder sindicalista Aaron Porter.

Nos cartazes, lia-se "Parem com os cortes na educação" ou "9 mil libras, nem pensar!".

À tarde, durante sabatina do governo na Câmara dos Comuns, o vice-primeiro-ministro Nick Clegg, líder dos liberais-democratas, teve de encarar um debate contra o projeto de aumento da matrícula nas universidades. A medida, defendida pelos conservadores, foi aceita pelos liberais-democratas que fazem parte da coalizão governamental, apesar de os "LibDems" terem prometido durante a campanha eleitoral não aumentar as taxas escolares.

Atualmente, as taxas de ma­­trícula para estudantes britânicos e europeus em universidade inglesas não podem passar de 3,29 mil libras (R$ 8,4 mil) por estudante e por ano. Mas o governo do conservador David Came­­ron quer autorizar as universidades a cobrar 6 mil libras e, em "circunstâncias excepcionais", até 9 mil libras.

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