Gritando "morte ao ditador", mais de 100 estudantes entraram em confronto com policiais e seguidores radicais de Mahmoud Ahmadinejad nesta segunda-feira, na Universidade de Teerã, onde o presidente do Irã discursaria em seguida. Universitários que tentaram deixar o campus para continuar o protesto tiveram uma rápida briga com a polícia do campus, que tentou contê-los.
Enquanto alguns gritavam que o presidente é "fonte de pressão e discriminação", os simpatizantes de Ahmadinejad bradavam "hipócritas, saiam da universidade" e agitavam cartazes de teor religioso.
- Presidente revolucionário, nós te apoiamos - reagiam os radicais, empurrando os que manifestavam sua oposição a Ahmadinejad, segundo uma testemunha.
Enquanto isso, a tropa de choque se aglomerava diante do campus. O presidente deve discursou no local nesta segunda-feira para marcar o início do ano letivo.
O governo insiste que há liberdade de expressão e de oposição construtiva, mas os estudantes dizem que alguns que falaram contra o presidente foram detidos ou barrados em determinados cursos. Yahya Saffarian, aluno que foi suspenso da universidade, disse a uma entidade local de direitos humanos que o governo está tentando retirar adversários dos campi.
- Se a educação é um direito, não vamos desistir, e se é um privilégio, parece que só um grupo específico tem direito a ele - afirmou.
O discurso na Universidade de Teerã estava marcado para a semana passada, mas foi adiado devido a uma suposta indisposição do presidente. Os ataques de Ahmadinejad ao Ocidente e sua agenda populista dividem opiniões no Irã.
Em dezembro, discursando em outro campus, Ahmadinejad enfrentou alunos que tentavam atrapalhar seu discurso soltando rojões e queimando a foto dele. Na ocasião, autoridades disseram que o presidente reagiu calmamente.
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