Estudantes discutem com policial durante a manifestação em Milão| Foto: AFP

Milhares de estudantes italianos saíram às ruas na quarta-feira em protesto contra uma reforma educacional, mas a polícia bloqueou parte do centro de Roma para evitar uma repetição dos violentos incidentes da semana passada.

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Não houve distúrbios em Roma, onde o dia foi chuvoso, mas alguns confrontos foram registrados em Palermo, Nápoles, Milão e Turim. O Senado deve votar na quinta-feira a reforma, que segundo críticos reduz ainda mais as verbas para o já dilapidado setor universitário. O governo afirma que as mudanças servirão na verdade para fortalecer o sistema.

Na quarta-feira, uma delegação estudantil se reuniu com o presidente da República, Giorgio Napolitano, para manifestar sua preocupação e pedir a ele que não sancione a lei.

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Sem poderem chegar à chamada "Zona Vermelha", a parte central ocupada pela polícia, os estudantes romanos pegaram a rodovia A24, que vai até a localidade de L'Aquila, cujos moradores se queixam do descaso do governo depois de um devastador terremoto no ano passado.

"Vocês sozinhos na Zona Vermelha; nós, livres na cidade", dizia um cartaz, dirigindo-se aos ministérios e edifícios parlamentares no centro histórico.

"Não é só uma mobilização contra as reformas universitárias, mas de uma geração que está se fazendo ouvir outra vez a respeito da política do país, das questões que enfrentamos e da precária situação em que vivemos", disse à TV Reuters o estudante Claudio Rizzo.

A ministra da Educação, Mariastella Gelmini, afirmou em carta ao jornal Corriere della Sera que a reforma irá preparar melhor os estudantes para o mercado de trabalho. "É essencial restaurar a dignidade e usabilidade dos diplomatas universitários italianos", disse ela.

A medida reduz o número de cursos universitários e as verbas para bolsas. Impõe limites de tempo às pesquisas, reformula as regras de admissão, aumenta o papel do setor privado na administração universitária e limita a duração dos mandatos de reitores.

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O governo, sob pressão para reduzir a dívida pública, diz que os cortes de gastos são necessários, mas que a reforma irá criar um sistema mais baseado no mérito.

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