Paris (AE) Cerca de 500 mil estudantes protestaram ontem, muitos deles com violência, em ruas da capital francesa e das principais cidades do país contra o Contrato Primeiro Emprego (CPE). A mobilização já dura uma semana e ganhou força com adesão de alunos de 58 universidades francesas.
A lei é de autoria do primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, e foi imposta pela bancada parlamentar majoritária do governo sem nenhuma negociação prévia com sindicatos, estudantes e partidos políticos de oposição.
Segundo os críticos, a lei, chamada pelos estudantes de "Contrato Precariedade Eterna", viola a legislação trabalhista francesa por não oferecer nenhuma garantia ao empregado. A CPE estabelece basicamente que, passados dois anos da assinatura do contrato, o empregador pode despedir o funcionário sem justificação e sem indenização. Ela tem por objetivo reduzir o desemprego entre os jovens e abrange empresas com quadro de pessoal superior a 20 funcionários.
Inicialmente tranqüila e alegre, a passeata derrapou no final, com violentos choques entre manifestantes e policiais. Radicais infiltrados no movimento, os chamados "casseurs (quebradores)" passaram a atacar as forças de segurança em Sèvres e Babylone, entre Montparnasse e Saint Germain, com pedras e outros objetos. A reação dos policiais veio em seguida, quando manifestantes começaram a destruir placas de sinalização e queimaram uma banca de jornal. Cerca de 200 ativistas foram detidos. Dez agentes e um manifestante tiveram ferimentos leves, segundo um balanço preliminar da polícia.
Uma nova marcha nacional foi convocada para o sábado pelas principais centrais sindicais e também pelos partidos de oposição.
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