Um estudo da Universidade de Stanford, na Califórnia, estima que quanto mais escura é a pele de um negro acusado de assassinar um branco nos Estados Unidos, mais probabilidades existem de que ele seja condenado à morte.
A investigação se soma a outros estudos que afirmam que a pena de morte, restabelecida em 1976 nos EUA, se aplica com critérios racistas e em maior medida no sul do país.
Em seu estudo, os cientistas da Universidade de Stanford pediram a estudantes brancos e asiáticos que analisassem as características faciais de negros processados por assassinato na Filadélfia durante os últimos 20 anos.
Os investigadores disseram que os participantes, em 57,5% dos casos, condenaram à morte os homens que mostraram pele mais escura.
Somente 24,4% dos negros envolvidos em casos semelhantes, mas considerados pelos estudantes como negros de pele mais clara, receberam o castigo máximo.
Segundo Jennifer Eberhardt, psicóloga que participou da pesquisa, as conclusões sugerem que os jurados inconscientemente aplicam a cor da pele para estabelecer a gravidade de um crime e castigar os culpados de maneira mais severa.
- Os estudantes fizeram esta relação, apesar de não saberem quem assassinaram - disse a psicólogo ao referir-se aos acusados, suas características físicas e as penas que receberam.
Em busca de um equilíbrio para seu estudo, os investigadores também pediram aos estudantes que analisassem as características faciais de 118 negros processados por assassinar outros negros e não encontraram nenhuma relação entre essas características e as condenações, disse Eberhardt.
Segundo dados do Centro de Informação sobre a Pena de Morte, dos 1.022 executados desde 1976, um total de 349 eram negros.
Este número representa 34%, mas nos Estados Unidos os negros constituem 13% da população, segundo o último censo. A maior parte da população negra dos Estados Unidos se concentra nos estados do sul do país.
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