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Programas da MTV sobre HIV e Aids transmitidos para jovens em alguns dos países de mais alto risco na África e no Caribe exerceram forte efeito no comportamento em relação à doença, revelou um estudo divulgado na terça-feira.

Um projeto do canal de música MTV, com apoio da ONU, usou dramas de televisão feitos para o público jovem para transmitir mensagens sobre os riscos de contaminação com o HIV decorrentes do sexo sem segurança, parceiros múltiplos e uso de drogas injetáveis, além de informar sobre exames, tratamento e a superação do estigma relacionado à Aids.

Pesquisadores dos EUA que estudaram o efeito dos programas sobre o público no Quênia, Zâmbia e Trinidad e Tobago descobriram que eles modificaram o modo de os jovens pensarem sobre o HIV e a Aids.

Agora a MTV pretende levar o projeto a mais países, em um esforço para mudar atitudes.

"Os resultados mostraram uma mudança realmente positiva em termos de atitudes, conhecimento e o sentimento de jovens de que compreendem os riscos e podem tomar atitudes para enfrentá-los", disse Susan Kasedde, especialista do Unicef (o fundo da ONU para a infância, que patrocinou o projeto) em prevenção do HIV entre adolescentes.

Em 1998, a MTV lançou uma campanha intitulada "MTV Continuando Vivo". O canal de tevê também produziu filmes, concursos e eventos com celebridades para conscientizar jovens sobre os riscos do HIV e Aids e incentivá-los a falar do assunto.

A África subsaariana ainda é a região do mundo mais atingida pelo HIV: 67 por cento dos 33,4 milhões de soropositivos do mundo vivem na região.

Um estudo divulgado na semana passada constatou que os jovens na África estão liderando uma "revolução" na prevenção do HIV e reduzindo a incidência da Aids, ao praticar sexo seguro e reduzir o número de seus parceiros sexuais.

Parte do projeto da MTV foi o seriado de TV "Shuga", exibido primeiramente no Quênia em novembro de 2009. Filmado em Nairóbi, foi descrito como um drama sombrio sobre "os amores e a vida sexual insensata de jovens quenianos e seus parceiros".

A MTV pediu a cientistas da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, que analisassem o impacto dos programas.

O estudo constatou que os programas são vistos por uma grande parcela do público alvo, pessoas na faixa dos 16 aos 24 anos - em Nairóbi, a parcela chegou a 64 por cento - e que os jovens compreenderam suas mensagens e refletiram sobre elas.

Mais de 80 por cento das pessoas que acompanharam "Shuga" disseram que o seriado mudou sua maneira de encarar parceiros múltiplos, exames de HIV e o estigma associado ao vírus da imunodeficiência humana (HIV), que causa a Aids.

"Esses resultados nos deixaram determinados e comprometidos em levar adiante nossos programas em âmbito global", disse Bill Roedy, executivo-chefe da MTV Networks International.

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