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Haitiano protesta contra o governo após suspeitas de que a eleição de 28 de novembro foi fraudada | Thony Belizaire/AFP
Haitiano protesta contra o governo após suspeitas de que a eleição de 28 de novembro foi fraudada| Foto: Thony Belizaire/AFP

Suspeita de fraude

Sob tensão, país aguarda resultado oficial de eleição para presidente

O Conselho Eleitoral Provisório do Haiti divulgaria na noite de ontem os resultados da sua turbulenta eleição geral de 28 de novembro, marcada por acusações de fraude, protestos e incidentes de violência. Houve 18 candidatos a presidente, mas analistas dizem que na prática a disputa se resume a três deles: a ex-primeira-dama Mirlande Manigat, o popular músico Michel Martelly e o tecnocrata Jude Celestin, candidato do presidente René Préval.

A previsão é que nenhum candidato obtenha maioria absoluta, e que haja um segundo turno em 16 de janeiro. Citando resultados extraoficiais, a imprensa caribenha diz que Martelly e Manigat devem ir para o segundo turno. A comunidade internacional espera que o pleito resulte em um governo estável e legítimo, que permita a recuperação do país, o mais pobre das Américas.

Porto Príncipe - Relatório de um epidemiologista francês, feito a pedido do Minis­­tério da Saúde do Haiti, afirmou que há "fortes evidências’’ de que fo­­ram militares da missão da ONU no país que levaram a bactéria da cólera que já matou mais de 2 mil desde outubro.

A investigação, feita pelo mé­­di­­co Renaud Piarroux, foi entregue à Minustah, a missão de estabilização da ONU no Haiti, e ao governo haitiano, informou a Chancelaria francesa. A Minustah não se pronunciou oficialmente sobre o tema e prepara um relatório para rebater o do epidemiologista francês.

Segundo Piarroux, o foco da infecção foi o contingente de militares do Nepal, lotados no centro do país, próximo ao rio Artibonite. O esgoto do acampamento militar é jogado no rio, apontado como fonte da epidemia. Estima-se que a doença tenha contaminado ao menos 90 mil pessoas no Haiti.

A transmissão ou não da cólera se transformou num dos temas mais delicados para a Minustah, cujo comando militar está a cargo do Brasil. Rumores de que soldados eram responsáveis pela chegada da doença no país motivaram protestos em Porto Príncipe e no norte do país. Ao menos duas pessoas morreram.

Há duas semanas, o comandante do braço militar da missão, o general brasileiro Paul Cruz, afirmou a jornalistas brasileiros que a investigação interna da ONU não apontava os nepaleses como responsáveis pela epidemia.

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