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Perplexidade para uns, entusiasmo para outros: o relatório do cardeal húngaro Péter Erdö despertou inúmeros sentimentos após sua divulgação, mas o que se perdeu de vista foi o grau de "autoridade" do texto divulgado pela Santa Sé. Ele não chega a ser um "documento" do Vaticano como o é uma encíclica, por exemplo. A comparação mais próxima seria com uma ata de reunião, com uma diferença: há reuniões das quais saem várias decisões, o que não é o caso do relatório dessa segunda-feira.

Leia o texto completo do documento em espanhol e inglês.

O que está no texto ainda vai ser discutido não só ao longo desta semana (a Assembleia Especial do Sínodo acaba no domingo), mas por um ano inteiro, até a Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que ocorre em outubro de 2015.

De fato, novos arranjos – como uniões homossexuais, segundos casamentos civis, pessoas que moram juntas sem se casar – apresentam diversos desafios pastorais aos quais a Igreja é chamada a dar uma resposta que combine um profundo respeito pelas pessoas com as convicções a respeito da importância da família formada por homem e mulher unidos pelo matrimônio sacramental.

Mas é precipitado buscar pistas sobre uma decisão final da Igreja, ou do papa Francisco, nesse relatório. No máximo, ele serve para saber o que os padres sinodais vêm dizendo e quais são as tendências que se desenham entre os participantes.

A resposta definitiva chegará na forma de uma exortação apostólica pós-sinodal, documento assinado pelo papa. As exortações pós-sinodais de Bento XVI costumavam aparecer de um ano e meio a dois anos depois da reunião dos bispos. Se Francisco seguir o mesmo padrão, e considerando que a família ainda será tema do Sínodo de 2015, não devemos esperar definições para logo.

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