O interesse da imprensa internacional nas eleições brasileiras atingiu o auge nas primeiras semanas de setembro, com o ataque a Jair Bolsonaro (PSL) e a saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da disputa eleitoral. Outros picos de notícias nos veículos em inglês também estão relacionados a Lula e Bolsonaro.
A conclusão é de trabalho realizado pelo See Suite, laboratório de estudos de mídias sociais da Universidade da Geórgia (EUA) e pela agência de comunicação Imagem Corporativa. O grupo de pesquisadores apresentou na quarta-feira (3), no auditório da Folha de S.Paulo, os principais resultados da análise feita de janeiro a setembro de 2018 com 19 veículos de imprensa de oito países.
A presença das eleições brasileiras em jornais como The Guardian e The New York Times e a rede britânica BBC começa a se intensificar já no final de janeiro, com o julgamento de Lula e as especulações sobre sua candidatura. O ex-presidente domina boa parte do interesse da imprensa no pleito.
‘Corrida de cavalos’
Para Itai Himelboim, diretor do See Suite, uma das maiores surpresas da análise foi a continuidade de Lula na mídia mesmo após sua saída oficial da disputa. "Não passava pela minha cabeça que um não-candidato ficaria nos noticiários por tanto tempo", disse o pesquisador.
Outro período que chamou a atenção foi entre os meses de abril e maio, quando a imprensa distribuiu o interesse entre os presidenciáveis de forma equilibrada. Quando a possibilidade da candidatura do ex-presidente perde força, após sua prisão no começo de abril, o interesse por Bolsonaro e Henrique Meirelles (MDB) dispara.
Um dos coordenadores do estudo, Brian Reber, professor da Universidade da Geórgia, comparou o cenário a uma corrida de cavalos. "Nós discutimos bastante os prós e contras de enxergar a disputa presidencial como uma corrida de cavalos, mas neste momento foi inevitável. Ficamos olhando quem dispararia após a saída de Lula", afirmou.
Os mais falados
Foram analisadas 6.543 reportagens sobre as eleições brasileiras nos veículos pesquisados, sendo que 1.744 tratavam especificamente dos presidenciáveis. As notícias foram classificadas entre negativas e positivas, de acordo com o sentimento que despertam.
Os principais temas noticiados foram os projetos para unir o país, os assuntos relacionados aos partidos políticos, as propostas econômicas, corrupção e Lula. As tentativas dos candidatos de unificar os votos lideram a cobertura considerada positiva. No lado negativo, a corrupção é destaque quando também aparece no discurso dos candidatos.
Na divisão da cobertura por candidato, Bolsonaro lidera as menções, com 32%. Fernando Haddad (PT) é o segundo mais citado, com 17%, seguido por Ciro Gomes (PDT), com 16%, e Marina Silva (Rede), com 13%. Guilherme Boulos (PSOL), João Amoêdo (Novo) e Álvaro Dias (Podemos) estão no fim da lista, e, juntos, representam menos de 2% das reportagens.
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