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Washington – Ser impaciente e estourado pode causar problemas com o chefe e com vizinhos, mas não transforma ninguém em candidato especial a sofrer um ataque do coração, diz o primeiro estudo que analisa a relação entre personalidade e doenças coronárias. A afirmação parece surpreendente. Afinal, as pessoas freqüentemente sofrem ataques cardíacos quando realizam um esforço físico extremo ou quando passam por uma situação de tensão.

Entretanto, isto se deve a problemas coronários anteriores e não ao fato de a pessoa ter uma natureza tranqüila ou agitada, segundo um estudo publicado na edição deste mês da revista Public Library of Science Genetics. O trabalho certamente tranqüilizará aqueles que têm uma personalidade tipo A, caracterizada pela impaciência, competitividade e facilidade para se aborrecer.

Após uma análise exaustiva da saúde e do comportamento de 6.148 indivíduos, chegou-se à conclusão de que aqueles que ficam com as veias inchadas e com o sangue quente nos engarrafamentos, após a derrota de seu time de futebol ou quando são contrariados, não apresentam riscos maiores de uma interrupção na irrigação sanguínea do coração que os demais pacientes.

"Uma pessoa que se aborrece mais freqüentemente não tem maior probabilidade de sofrer um ataque cardíaco", resumiu Gonçalo Abecasis, professor da Universidade de Michigan e que participou do estudo.

Segundo os pesquisadores, os genes que exercem influência sobre o comportamento são diferentes dos que afetam as funções cardiovasculares. Portanto, não há um vínculo biológico entre os dois.

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