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Barulhos provocados pelos humanos estariam interferindo na vida dos peixes. É o que indicam dois estudos. | Roberto Custódio/Arquivo/JL
Barulhos provocados pelos humanos estariam interferindo na vida dos peixes. É o que indicam dois estudos.| Foto: Roberto Custódio/Arquivo/JL

Eles podem parecer inócuos, mas os ruídos que nossas máquinas fazem debaixo d’água podem estar prejudicando a vida selvagem, de acordo com dois estudos publicados recentemente. O primeiro descobriu que ruídos de navios podem fazer mal a orcas ameaçadas de extinção. E um segundo, publicado na revista científica Nature Communications, revela que a poluição sonora pode ter um efeito muito mais severo em espécies menores: pode ser fatal.

Para medir a perturbação, a equipe de pesquisadores monitorou peixes de espécies predadoras e de presas em tanques e em pequenos e isolados recifes de coral experimentais em bancos de areia próximos à Grande Barreira de Corais australiana. Alguns foram expostos a ruídos comuns do ambiente aquático, enquanto outros foram expostos a esses ruídos combinados com sons de barco a motor, e alguns também foram expostos ao próprio barco a motor. Dos peixes expostos apenas ao ruído ambiental, 79% sobreviveram aos três primeiros dias. Apenas 27% daqueles expostos ao ruído de barco a motor sobreviveram ao mesmo período.

Para melhor entender o que estava acontecendo, a equipe de pesquisadores, liderada por Stephen Simpson, da Universidade de Exeter, no Reino Unido, identificou quatro maneiras pelas quais os peixes eram afetados pelo ruído. O barulho parece ter tornado a respiração dos peixes mais pesada, aumentando seu consumo de oxigênio; o ruído de barco a motor também reduziu dramaticamente a habilidade dos peixes de reagir a uma situação perigosa e aumentou o sucesso dos predadores em capturarem peixes. Por fim, os pesquisadores também descobriram que peixes que servem de presa tinham uma probabilidade de sobrevivência muitas vezes maior na ausência de um barco.

“A combinação de estresse com reações lentas a ataques de predadores é a razão por que esses peixes se tornam presas fáceis”, disse Andy Radford, da Universidade de Bristol, no Reino Unido.

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