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Nos EUA, estudo revela mais de 2 milhões de imigrantes cadastrados ilegalmente para votar
Segundo o estudo, cerca de 1 milhão a 2,7 milhões de imigrantes podem acabar depositando seu voto de maneira ilegal nas eleições dos EUA de novembro| Foto: EFE/EPA/ETIENNE LAURENT

Um estudo divulgado no começo de maio, que foi realizado pelo instituto de pesquisas dos EUA Just Facts, utilizando dados atualizados e uma metodologia aprimorada de um artigo sobre o mesmo tema, publicado em 2014 pela revista Electoral Studies, revelou que entre 10% a 27% dos adultos imigrantes que vivem nos Estados Unidos, legalmente (mas ainda sem cidadania) ou ilegalmente, estão atualmente inscritos nos postos eleitorais do país para votar nas eleições federais de forma irregular.

O estudo do Just Facts analisou dados do Censo dos EUA sobre imigrantes divulgados em 2022, que registrou a existência de 19,7 milhões de imigrantes acima dos 18 anos vivendo no país, número que pode ter aumentado, tendo em vista a atual crise migratória na fronteira sul.

Com base nesse dado, o instituto, por meio de um levantamento feito para o estudo, estima que entre 2 milhões e 5 milhões destes imigrantes estejam cadastrados de forma ilegal nos postos eleitorais dos estados americanos.

O Just Facts afirmou no seu estudo que, principalmente em eleições presidenciais, aproximadamente metade dos imigrantes que se inscrevem de maneira ilegal tendem a comparecer nos colégios eleitorais para tentar votar.

Considerando a taxa de registro eleitoral e este índice de participação, o Just Facts afirma em seu estudo que, se nada for feito, entre 1 milhão e 2,7 milhões desses imigrantes podem acabar conseguindo depositar seu voto nas urnas americanas de maneira irregular durante as eleições deste ano.

O instituto considera essa situação “alarmante”, pois acredita que estes votos podem influenciar diretamente o resultado de uma disputa acirrada, como a que está prevista para ocorrer no próximo dia 5 de novembro, quando os americanos escolherão uma parte dos novos parlamentares e o novo presidente dos Estados Unidos.

Problemas

Apesar de contarem com regras diferentes, atualmente todos os 50 estados dos EUA exigem que os eleitores sejam cidadãos americanos para poder votar nas eleições federais. Os EUA também proíbem por meio de lei que os imigrantes façam uma declaração falsa sobre sua situação no país visando obter vantagens, como se registrar nos postos eleitorais.

No entanto, conforme apontado pelo Just Facts em seu estudo, nem mesmo a existência dessa lei pode estar limitando a ação irregular de imigrantes no sistema eleitoral.

O instituto citou o caso do formulário de inscrição eleitoral, cuja legislação americana obriga todos os estados a disponibilizarem, como um dos problemas que podem estar viabilizando o voto dos imigrantes.

Embora seja uma exigência dos estados que os indivíduos declarem sua cidadania americana neste formulário para efetivar o registro eleitoral, alguns acabam não exigindo que tal cidadania seja comprovada por meio da apresentação de um documento oficial (uma prova concreta da cidadania), seja uma certidão de nascimento, certificado de cidadania ou passaporte americano.

Há ainda alguns estados americanos que permitem que esse registro eleitoral seja feito de forma on-line, apenas contando com palavra do indivíduo.

O presidente do Just Facts, James Agresti, que foi responsável pelo estudo, disse em uma entrevista concedida para um programa local que existem “aberturas muito amplas para os não cidadãos [imigrantes sem cidadania] votarem” nos EUA.

No estudo, Agresti também observou que alguns dos estados que solicitam uma comprovação específica de cidadania no formulário de inscrição permitem que essa comprovação seja feita por meio de contas bancárias ou números do Seguro Social, o que é inadequado, já que, segundo o Just Facts, praticamente qualquer pessoa que vive nos EUA pode conseguir ter acesso a esses documentos, seja de forma legal ou por meio de algum esquema, no caso de imigrantes sem documentos.

Nos EUA, imigrantes apoiam mais os democratas

De acordo com o Daily Signal, o impacto potencial desses votos irregulares é amplificado por pesquisas que indicam que a grande maioria dos imigrantes tende a apoiar candidatos do Partido Democrata.

Outra questão é que a maior parte dos imigrantes, principalmente os ilegais, estão alocados em estados onde os democratas costumam ter mais apoio, o que pode fortalecê-los ainda mais.

Segundo o Just Facts, nas eleições presidenciais de 2008, 82% dos imigrantes que admitiram ter votado de forma irregular nos EUA afirmaram que escolheram o democrata Barack Obama, que acabou sendo eleito, enquanto apenas 18% votaram no republicano John McCain.

O instituto citou ainda em seu estudo pesquisas realizadas pela plataforma YouGov em 2008 e 2012 que mostraram, respectivamente, que 70% e 60% dos imigrantes se identificam como democratas, enquanto apenas 16% e 17%, respectivamente, se identificam como republicanos.

Diante desses dados, o Just Fact afirmou que os republicanos no Congresso americano propuseram um projeto de lei para exigir que os estados americanos solicitem uma comprovação efetiva de cidadania por meio de documentos comprovem tal fato de todos os indivíduos que forem se inscrever para votar. No entanto, segundo o instituto, veículos de comunicação e diversos democratas têm se posicionado contra ações deste tipo, negando a existência de tal problema e negando que o mesmo pode afetar o sistema eleitoral de forma significativa.

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