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Um grupo para liberdade de expressão na internet acusou a Etiópia de bloquear o acesso a sites e diários virtuais (blogs) que criticam o governo daquele país. Esse é o maior caso de censura na web já registrado na África Subsaariana, afirmou nesta terça-feira (1º) a organização OpenNet Initiative.

De acordo com o grupo, o país proibiu seus cidadãos de acessarem páginas da oposição e também de acessar blogs hospedados no serviço Blogger, que pertence ao Google. Em resposta à acusação, o governo do país disse que essas informações "não têm embasamento".

"Podemos ter problemas técnicos de vez em quando, mas não fizemos nada do que somos acusados, nem temos a intenção de faze-lo", afirmou Zemedkun Tekle, porta-voz do Ministério da Informação, segundo a agência de notícias Reuters.

A OpenNet Initiative -- uma parceria entre as universidades de Harvard, Toronto, Cambridge e Oxford -- afirmam ter provas de que suas alegações estão corretas. "Fizemos testes usando voluntários na Etiópia que indicaram o bloqueio de endereços IP [protocolo de internet]", disse Robert Faris, diretor de pesquisa da organização. "Há evidências desse bloqueio, sendo que a maior parte dos sites censurados está ligada à liberdade de expressão, direitos humanos e oposição política", continuou.

Segundo o especialista, esse bloqueio faz parte de uma tendência global. "Recentemente, há cerca de cinco anos, China, Irã e Arábia Saudita eram os únicos países que faziam esse tipo de filtragem. Agora, há dúzias deles", disse Faris. A lista completa dessas nações será publicada em um livro que será lançado ainda neste ano.

A Etiópia é um dos países com taxas mais baixas de acesso à internet -- de acordo com um estudo da ONU, apenas duas em cada mil pessoas navegavam pela web em 2003. No entanto, há muitos blogueiros por lá e também muitos etíopes politicamente engajados que moram na Europa e nos Estados Unidos.

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