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A Etiópia faz parte oficialmente do grupo de economias emergentes Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), após o convite feito pelo bloco ao país africano em agosto do ano passado, confirmou nesta segunda-feira (1º) o governo etíope.
"Hoje é um dia histórico porque a Etiópia se uniu oficialmente ao Brics", afirmou o Ministério das Relações Exteriores do país africano em comunicado divulgado por meio da rede social X, ao comemorar sua integração a "essa importante plataforma de parceria".
"A adesão é um reconhecimento da rica contribuição multilateral da Etiópia para promover a paz, a segurança e a prosperidade internacionais, e o compromisso contínuo e sua liderança na cooperação Sul-Sul", acrescentou.
O país africano foi convidado a se juntar ao Brics durante a 15ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do grupo, realizada na cidade sul-africana de Johanesburgo entre 22 e 24 de agosto de 2023.
Naquela ocasião, Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos e Irã também receberam essa oferta.
Cerca de 40 países manifestaram o desejo de entrar para o grupo, de acordo com o governo sul-africano, que ocupou a presidência rotativa do bloco em 2023 e recebeu "expressões formais de interesse" de 23 países, incluindo Argentina, Bolívia, Cuba, Honduras e Venezuela.
A China apoiou especialmente a ampliação do Brics, que busca mais peso nas instituições internacionais até então dominadas por Estados Unidos e Europa, à medida que Pequim procura expandir sua influência na competição com Washington.
A notícia da adesão oficial da Etiópia chega dias depois que o presidente da Argentina, Javier Milei, que assumiu o cargo em 10 de dezembro, informou formalmente aos líderes dos países-membros que não entraria para o bloco, em contraste com a posição positiva inicial de seu antecessor, Alberto Fernández (2019-2023).
Brasil, Rússia, Índia e China criaram o grupo Bric em 2006, ao qual a África do Sul se juntou em 2010, acrescentando a letra S à sigla.
O bloco representa mais de 42% da população mundial e 30% do território do planeta, além de 23% do Produto Interno Bruto (PIB) e 18% do comércio mundial.