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Coerção

Etiópia intimidou eleitores, acusa Human Rights Watch

O grupo internacional de defesa aos direitos humanos, Human Rights Watch, sediado em Nova Iorque, afirmou nesta segunda-feira (24) que a eleição parlamentar na Etiópia foi marcada pela repressão e pela intimidação. O governo etíope, porém, nega as acusações. Já segundo a entidade, as irregularidades incluíram ameaças de retirar alimentos dos eleitores, a perda de empregos públicos, de empréstimos e de oportunidades educacionais, caso os cidadãos votassem contra a governista Frente Democrática Revolucionária do Povo Etíope.

"Por trás de uma fachada de ordem, o governo pressionou, intimidou e ameaçou os eleitores etíopes", acusou Rona Peligal, diretora para a África da Human Rights Watch. "Sejam quais forem os resultados, as marcas mais distintas dessa eleição foram os meses de repressão que a precederam".

Os observadores da União Europeia (UE) disseram que as eleições deste domingo (23) foram pacíficas e que mais de 70% dos 32 milhões de eleitores registrados participaram do voto. Funcionários eleitorais etíopes disseram não ter visto nenhuma irregularidade embora partidários da oposição tenham reclamado de intimidações e pressões no dia da votação.

O porta-voz do governo, Bereket Simon, disse que a eleição foi justa e livre. "É triste escutar que, enquanto os funcionários eleitorais disseram que os etíopes votaram de uma maneira democrática, a Human Rights Watch, que nada tem a ver com o processo de monitorar o pleito, esteja declarando nossa eleição uma fraude", afirmou. "Mas a coisa boa é que o povo da Etiópia votou e ninguém irá tirar dele esse voto".

Funcionários eleitorais disseram que irão divulgar resultados provisórios mais tarde nesta segunda-feira e os resultados finais em meados de junho. Analistas previram uma vitória fácil para o partido governista, liderado pelo primeiro-ministro Meles Zenawi, um aliado dos Estados Unidos que tomou o poder na Etiópia com a força das armas em 1991. Se vencer, Zenawi ficará mais cinco anos no poder. Zenawi é alinhado à política de Washington na luta contra os grupos extremistas islâmicos e ao terror. No ano passado, a Etiópia enviou tropas que lutaram na Somália contra grupos islamitas locais.

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