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Protesto de moradores da região atingida por vazamento critica a petroleira britânica BP e o governo Obama | Lee Celano/Reuters
Protesto de moradores da região atingida por vazamento critica a petroleira britânica BP e o governo Obama| Foto: Lee Celano/Reuters

Justificativa

Dano em poço impediu sucesso de operação

A petroleira britânica BP concluiu que a operação "top kill", que pretendia estancar o vazamento de petróleo no Golfo do México, pode ter fracassado por causa de um disco rompido dentro do poço no fundo do mar.

O disco, que é parte da infraestrutura de segurança submarina, pode ter se rompido pelo jato de petróleo e gás que emergiu do poço no dia 20 de abril e levou à explosão da plataforma Deepwater Horizon, segundo representantes da BP.

A plataforma afundou dois dias depois, provocando um vazamento que se transformou no pior da história dos Estados Unidos.

De acordo com fontes próximas à BP, o disco rompido pode ter permitido que boa parte da lama que foi injetada no poço na semana passada escapasse para dentro das formações rochosas em volta do poço.

A empresa iniciou uma nova tentativa, a quarta desde o desastre, para conter o vazamento de petróleo. A técnica prevê o "entupimento’’ da boca do poço por onde o óleo sai.

  • Entenda como será feita a quarta tentativa de conter o vazamento

O secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder, disse ontem que o governo federal do país abriu in­­vestigações civis e criminais sobre o desastre no golfo do México. Hol­­der não especificou, porém, quais serão as empresas e pessoas investigadas.

O esperado, porém, é que o com­­portamento da BP antes e depois do desastre de abril seja analisado.

Segundo documentos internos divulgados no domingo, a em­­presa sabia que os materiais que utilizou na plataforma poderiam se romper, mas resolveu correr o risco. "Se leis foram quebradas, levando à morte e à destruição, nós vamos levar os responsáveis à Justiça", disse o presidente Barack Obama.

Em maio, um grupo de senadores enviou para Holder uma carta que ressaltava a necessidade de se apurar o caso. Os políticos pressionam a Casa Branca a se en­­­volver mais no controle da exploração de petróleo no país.

Ações em queda

A declaração de Holder aparece no momento em que a BP tem dificuldades para barrar o vazamento. Somado ao fracasso da úl­­tima tentativa, anunciado no do­­mingo, o anúncio do inquérito aju­­dou a derrubar em 15% as ações da empresa ontem.

Existe preocupação de que o governo pareça impotente conforme o óleo avança. Nas últimas semanas, o presidente Obama au­­mentou o tom contra a BP, contra a indústria em geral e mesmo contra funcionários do governo responsáveis por regulamentar a ati­­vidade das empresas petroleiras no país. Segundo ele, o relacionamento entre empresas e agências regulatórias andava "confortável demais".

Obama reafirmou que uma regulamentação frouxa pode ter levado ao desastre. Segundo ele, se ficar claro que as leis eram insuficientes, elas serão mudadas.

Holder fez o anúncio da investigação durante sua visita ao golfo do México.

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