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O balão chinês que sobrevoou os Estados Unidos no final de janeiro e foi abatido sobre as águas do Atlântico em 4 de fevereiro pode ter coletado informações de inteligência, mas Washington disse nesta segunda-feira (3) que as precauções tomadas impediram que se tratasse de dados valiosos.
“As medidas que adotamos certamente limitaram o que a China conseguiu coletar”, disse a repórteres a subsecretária de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh.
O balão espião chinês sobrevoou durante dias diversas áreas do país, como o estado de Montana (noroeste), onde fica um dos três campos de silos de mísseis nucleares existentes nos EUA.
Sabrina Singh disse saber que o balão “poderia ser manobrado e dirigido”, mas não entrou em detalhes sobre as áreas por onde passou. “O que fizemos foi tomar medidas preventivas para limitar o valor do que poderia coletar”, disse.
A subsecretária de imprensa insistiu que foram tomadas medidas para proteger as instalações militares do país e destacou que os Estados Unidos estão avaliando o tipo de informação que a China pode ter coletado com essa ferramenta.
“Mas sabemos que, com as medidas que tomamos, proporcionou pouco valor adicional ao que eles haviam conseguido coletar com satélites antes”, afirmou.
A subsecretária de imprensa recordou que os EUA começaram a monitorar o balão no dia 27 de janeiro. Naquele momento, as autoridades americanas já haviam descoberto que estava ligado à China e foram aplicadas medidas preventivas. Ela acrescentou que não poderia confirmar se houve retransmissão de dados em tempo real do balão para Pequim.
A descoberta desencadeou uma crise bilateral entre os dois países. Pequim admitiu que o balão lhe pertencia, mas disse em sua defesa que o artefato era usado para fins meteorológicos, não de espionagem, e havia se perdido.