A China está se empenhando pouco em parar o envio de material militar ao Irã, apesar de ter aprovado as sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) destinadas a impedir Teerã de desenvolver armas nucleares, disseram autoridades norte-americanas na quinta-feira.
"Algumas entidades chinesas continuam fornecendo itens e tecnologia úteis em armas de destruição em massa, nos seus meios de lançamento e em preocupantes programas de armas convencionais, apesar das resoluções do Conselho de Segurança da ONU", disse Don Mahley, subsecretário-assistente de Estado, à Comissão de Revisão Econômica e de Segurança EUA-China, criada por ordem do Congresso.
Mahley não chegou a acusar a China de violar as resoluções adotadas por unanimidade na ONU em março e dezembro.
"Houve transferências, que foram tratadas com os chineses, nas quais acreditamos que as transferências não eram permitidas pelas resoluções 1737 e 1747 do Conselho de Segurança da ONU", disse Mahley, acrescentando que a China discordou da avaliação norte-americana de que os itens em questão estavam proibidos.
Ele não quis entrar em detalhes publicamente sobre essas transferências, mas disse que elas "podem bem ter envolvido o programa iraniano de mísseis e também o programa nuclear iraniano".
David Sedney, subsecretário-assistente de Defesa para o Leste da Ásia, disse à comissão que a China adotou uma abordagem legalista em relação às sanções ao Irã, "ao invés de agir no espírito das mesmas".
"Repetidamente pedimos à China para parar suas transferências de armas convencionais e tecnologias ao Irã", disse Sedney, que até este ano atuava na embaixada dos EUA em Pequim.
Segundo ele, a resposta da China foi "irresponsável".
"Parceiros (como a China) não fornecem armas a pessoas que apóiam os que matam nossas tropas e as dos nossos aliados", disse ele, referindo-se à acusação norte-americana de que o Irã apóia ataques a soldados dos EUA no Iraque.
Em termos mais gerais, Sedney culpou Pequim por "uma disposição geral em permitir transferências de uma ampla variedade de tecnologias de uso dúbio e convencional" para países como Irã, Coréia do Norte, Sudão, Mianmar, Zimbábue, Cuba e Venezuela -todos eles envolvidos em atritos diversos com os EUA.